O presidente Jair Bolsonaro participará nesta sexta-feira, 11, no Rio, da solenidade que marcará o início de nova etapa da construção do submarino Humaitá.
Estadão Conteúdo
A embarcação será o segundo dos quatro submersíveis comprados do estaleiro DCNS e financiados pelo banco BNP Paribas, ambos franceses, em 2008, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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No estaleiro-base da Marinha, em Itaguaí, na região metropolitana do Rio, técnicos e operários começarão a juntar as cinco partes do casco da embarcação, construídas separadamente. O ato será simbólico. Faltará ligar milhares de cabos dos sistemas internos.
Um palanque já foi montado para Bolsonaro diante do submersível, modelo S-BR. A construção faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A justificativa brasileira para, em parceria com a França, construir os quatro submarinos convencionais e comprar o casco do futuro submarino a propulsão nuclear, é defender a soberania nacional.
Após a junção das partes, o Humaitá passará mais um ano em fase de construção e aprimoramento de seu interior. Só no segundo semestre do ano que vem será lançado ao mar para a fase de testes. É nesse estágio que está o Riachuelo, o primeiro submarino previsto no Prosub. O pioneiro foi lançado ao mar no fim do ano passado, em cerimônia com o então presidente Michel Temer e o próprio Bolsonaro, que estava prestes a tomar posse na Presidência.
A Marinha prevê o lançamento ao mar de um submarino convencional por ano. Após o Humaitá será a vez do Tonelero e, depois dele, do Angostura. Eles devem ser lançados em 2021 e 2022, respectivamente.
"Nós temos uma extensa área marítima que chamamos de Amazônia Azul, com 5,7 milhões de quilômetros quadrados. É muito importante termos condições de garantir nossa soberania e defender nossas riquezas", disse o almirante Celso Mizutani Koga, engenheiro responsável pela obras.
Depois dos quatro convencionais, virá a construção do submarino à propulsão nuclear. Ele levará o nome de Álvaro Alberto, almirante brasileiro pioneiro na pesquisa do setor. O almirante Koga classificou esse futuro submersível como "a cereja do bolo" do Prosub.
Projeto
A tecnologia escolhida pela Marinha é francesa, dos submarinos Scorpéne, que usam motores diesel-elétricos. O processo de transferência de conhecimento é amplo. No navio atômico, último do pacote binacional contratado, a participação da engenharia do Naval Group está limitada às partes não nucleares.
O projeto original dos quatro modelos convencionais sofreram alterações em benefício do conforto dos 31 tripulantes regulares e da capacidade de alcance. A "Versão Br", uma denominação informal, é cerca de 10 metros mais longa que a da especificação de catálogo.