Onda de protestos deflagrada no início do mês foi marcada pela violência e deixou, entre 1º e 6 de outubro, mais de 150 mortos.
Por G1
Protestos nesta sexta-feira (25) contra o governo do Iraque deixaram pelo menos 40 mortos em Bagdá e no sul do país, onde manifestantes atacaram prédios de instituições e de partidos políticos.
Um manifestante joga uma lata de gás lacrimogêneo durante um protesto contra corrupção, falta de emprego e serviços ruins, em Bagdá, nesta sexta ( — Foto: Reuters/Thaier Al-Sudani |
Na capital, os agentes dispararam gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes que se reuniram nos acessos à Zona Verde, onde estão os principais órgãos do governo e a embaixada dos Estados Unidos. Segundo a agência Reuters, uma milícia apoiada pelo Irã abriu fogo para tentar reprimir manifestações.
A onda de protestos deflagrada no início do mês foi marcada pela violência e deixou, entre 1º e 6 de outubro, mais de 150 mortos. Segundo números oficiais, a maioria das vítimas é de manifestantes.
Fontes médicas e o Alto Comissariado dos Direitos Humanos do Iraque (IHCHR) dizem que mais de 2 mil pessoas ficaram feridas apenas nesta sexta-feira.
No poder há um ano, o governo de Adel Abdel Mahdi decretou a mobilização geral das forças de segurança a partir da noite de quinta-feira para conter os distúrbios.
Os protestos denunciam a corrupção e exigem empregos e serviços públicos de qualidade em um país rico em petróleo, mas onde falta eletricidade e água potável.
Os distúrbios interromperam quase dois anos de relativa estabilidade no Iraque, que passou por ocupação estrangeira, guerra civil e insurgência do Estado Islâmico (IS) entre 2003 e 2017. É o maior desafio à segurança desde que o EI foi declarado derrotado.
Iraque: dos Primórdios À Procura de um Destino - Ufsc |