O Exército dos EUA criou duas forças-tarefa "multidomínio", encarregadas de "promover uma sinergia de guerra entre setores de ataque distintos" na Europa e no Pacífico, informou mídia.
Sputnik
De acordo com reportagem, divulgada pelo canal Fox News na quarta-feira (9), a intenção por trás dessas missões é reduzir o tempo gasto na troca de informações entre diferentes domínios militares, ou seja, entre a Marinha, Exército, Força Aérea, setor espacial etc.
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Embora a rede de exércitos seja a base da guerra de hoje, a reportagem fornece uma visão de quão longe a realidade está daquelas cenas extravagantes exibidas pela indústria do entretenimento.
A guerra "multidomínio" é a evolução lógica da guerra baseada em rede, na qual um submarino pode perfeitamente transmitir seus dados de sonar para navios próximos, que podem então designar alvos para aeronaves nas proximidades, segundo o artigo.
Além disso, todos os submarinos, navios e aviões no cenário de guerra estão interligados, compartilhando o mesmo conjunto de dados operacionais.
Outro exemplo é um caça que trabalha com um navio de guerra cruzador do tipo Aegis para defesa de mísseis. Sobrevoando território inimigo, o avião poderia detectar um lançamento de míssil muito antes do cruzador. Em uma rede, esse avião pode compartilhar a informação em questão de segundos, permitindo um lançamento rápido antimíssil, e, caso algum jato seja derrubado, os dados ainda seriam compartilhados por outras aeronaves na área.
Rede de compartilhamento
Esta integração entre domínios existe na sua forma mais básica muito antes da difusão da ligação em rede e do compartilhamento eletrônico de dados entre unidades militares, sendo o exemplo mais popular as bombas guiadas por laser. Como as forças armadas de quase todas as nações estão divididas em domínios, o compartilhamento de informações continua ineficiente.
A reportagem do canal Fox News indica que, até agora, as Forças Armadas dos EUA só conseguiram estabelecer redes de pequena escala, mas, para que um verdadeiro sistema multidomínio funcione, deve se tornar um "sistema de sistemas".
Até agora, os militares americanos apenas criaram duas forças-tarefa – na Europa e no Pacífico. Embora tenham sido fornecidos poucos detalhes sobre as duas forças-tarefa, estas são provavelmente apenas uma plataforma de teste para sistema de simulação de guerra muito maior.
As duas regiões foram escolhidas porque, no Pacífico, as Forças Armadas norte-americanas enfrentam "desafios apresentados por vastas áreas oceânicas e variáveis geográficas tais como a chamada 'tirania da distância'", de acordo com o canal Fox News.
"Um jogo de guerra europeu, pelo contrário, pode explorar a mobilidade intercontinental, encontrando terreno montanhoso e atacando grandes formações terrestres", segundo reportagem.
Rede tática russa
Os EUA não estão sozinhos em sua busca por uma guerra baseada em informações.
Em 2011, as Forças Armadas russas apresentaram o equipamento Ratnik, que permite o compartilhamento automático de coordenadas de alvo entre infantaria e aviação, entre outras coisas.
Até que ponto a tecnologia de rede tática russa avançou desde então, resta apenas especulações.