Erdogan anuncia início da operação militar turca no nordeste da Síria

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O presidente turco Recep Tayyip Erdogan acrescenta que a operação visa o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização classificada como terrorista na Turquia, e o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e diversos outros países).


Sputnik

Prevê-se que a fase inicial da operação seja a tomada do controle sobre as cidades sírias de Ras al-Ayn e Tel Abyad. A este respeito, as zonas fronteiriças turcas de Akcakale e Ceylanpinar deverão tornar-se os principais centros de partida da operação.


Militares turcos na fronteira turco-síria
© REUTERS / Stringer

Os principais ataques são dirigidos contra as posições das as Forças Democráticas Sírias (SDF) nas proximidades da cidade de Ras al-Ayn. Estão sendo realizados ataques contra a cidade fronteiriça síria de Tel Abyad na província de Raqqa.

Na cidade de Ras al-Ayn já se registraram as primeiras vítimas entre civis e combatentes das SDF. Perto da povoação síria de Alok começou o desmantelamento do muro de betão que se ergue na fronteira entre a Síria e a Turquia.

Chegaram reforços para as SDF estacionadas perto da povoação de Tel Hamam Turkaman, na área de Tel Abyad. Há baixas nas fileiras das SDF perto da povoação de Hoshan, no norte da província de Raqqa.

Combatentes das SDF queimam pneus de carros e produtos petrolíferos em Ras al-Ayn para criar uma cortina de fumaça para proteção contra as aeronaves turcas.

Resposta das forças curdas

As tropas curdas das SDF, em resposta aos ataques aéreos turcos, dispararam projéteis contra a cidade turca de Nusaybin, na fronteira com a Síria, disse o canal de televisão estatal da Síria.

"As SDF dispararam várias granadas de morteiro contra a cidade turca de Nusaybin", relata o canal de televisão Ikhbariya.

Além disso, as SDF dispararam contra a cidade fronteiriça turca de Ceylanpinar, bem como contra a posição do exército turco em frente à cidade síria de Malikiyah, na província de Hasek.

Segundo a agência Anadolu, duas granadas de morteiro das formações curdas atingiram um centro regional da cidade de Ceylanpinar. O bombardeio foi realizado no território controlado pelas unidades curdas das YPG na área de Ras al-Ayn. Como resultado do bombardeio não houve mortos ou feridos.

Ao mesmo tempo, foi recomendado que os moradores locais de Ceylanpinar não saíssem de suas casas. Além disso, a agência de notícias DHA informa que nas áreas de Tel Abyad e Ras al-Ayn as tropas turcas avançaram 25 km para o interior e destruíram munições do adversário.

Reação a operação

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu à Turquia que aja com contenção na Síria e interrompa a operação militar que, segundo ele, não levaria a "resultados positivos".

"A Turquia tem preocupações de segurança na fronteira com a Síria. No entanto, exorto a Turquia, assim como os outros atores, a agir com moderação e interromper as operações que já estão em andamento. Essa ação militar não leva a resultados positivos", disse Juncker falando no Parlamento Europeu.

Entretanto Ministério da Defesa da Turquia informou no Twitter que os EUA, Rússia, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, OTAN e o secretário-geral da ONU foram notificados desta operação.

Decisão sobre operação

Recep Tayyip Erdogan disse em 5 de outubro que a decisão sobre a operação turca no nordeste da Síria ao leste do Eufrates pode ser tomada nos próximos dias.

Mais cedo na quarta-feira (9), presidente russo Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, discutiram ao telefone a operação militar turca e observaram a importância de assegurar a unidade e integridade territorial da Síria e o respeito pela sua soberania, segundo informou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Objetivos de Ancara

Os principais objetivos da operação turca são a limpeza do território sírio que faz fronteira com a Turquia das forças de autodefesa curdas sírias, a criação de uma zona de segurança nessa área e a instalação dos refugiados sírios que estão na Turquia.

Ancara tinha declarado anteriormente que tinha 4 milhões de refugiados e que não podia mantê-los indefinidamente. Entretanto, o governo da Síria não reconhece a administração autônoma no nordeste da Síria, que controla o território a leste do Eufrates.


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