O governo sírio pode implantar sistemas antimísseis no norte do país se quiser defender a região contra a operação militar da Turquia, disse o presidente do Conselho Democrático Sírio da oposição, braço político das Forças Democráticas da Síria (SDF), Riad Darar.
Sputnik
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira o início da operação militar Fonte de Paz na Síria.
Curdos das Forças Democráticas da Síria © AP Photo / Syrian Democratic Forces |
"Se o Exército sírio quiser proteger a região, poderá instalar os sistemas de defesa aérea para apoiar o SDF", afirmou Darar ao portal egípcio Youm7. Segundo ele, os curdos estão dispostos a coordenar com o Exército sírio a defesa das fronteiras.
"O Exército sírio é uma força militar na Síria que não conhece fronteiras, é responsável por todas as fronteiras da Síria e também é obrigado a responder às demandas do povo", insistiu Darar.
Em 5 de outubro, Erdogan anunciou que seu país está preparando para os próximos dias uma operação no norte da Síria, a leste do rio Eufrates, para expulsar as forças curdas-sírias da fronteira turco-síria, criar uma zona de segurança e para abrigar os refugiados sírios que estão atualmente na Turquia.
O porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, declarou que a operação não visa a integridade territorial da Síria e só busca acabar com os terroristas curdos (as SDF que Ancara liga ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, proibidas em Turquia), proteger as fronteiras da Turquia e garantir o retorno seguro dos refugiados.
Os EUA, principal aliado das milícias curdas na Síria, já deixaram claro que não apoiarão a intervenção da Turquia e não estarão envolvidos nessa operação ou manterão suas forças na região.
Damasco não reconhece a autonomia curda no nordeste da Síria, que controla os territórios a leste do rio Eufrates, nem sua ala militar, as SDF.
Além disso, o governo sírio rejeita o acordo turco-americano criado para coordenar operações conjuntas no norte da Síria, denunciando que mina a soberania e a integridade territorial da Síria e viola o direito internacional.