Em entrevista exclusiva à Sputnik Persa, o chanceler da Turquia, Mevlut Cavusoglu, falou sobre a possibilidade de seu país ficar isolado após operação na Síria.
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Desde que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decidiu usar a força armada contra militantes curdos na Síria, diversos países demonstraram preocupação e não apoiaram Ancara.
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Entre tais países configura o Irã. O governo persa tem alertado sobre as consequências da operação militar turca na Síria.
Além disso, o porta-voz do parlamento iraniano, Ali Larijani, cancelou sua ida à Terceira Conferência de Presidentes de Parlamentos para o Combate ao Terrorismo e Fortalecimento da Cooperação Regional em Istambul.
Perguntado durante uma entrevista exclusiva à Sputnik Persa sobre a decisão de Larijani, Cavusoglu evitou fazer grandes comentários.
"Eu não gostaria de comentar a decisão do presidente do parlamento de um dos países. Provavelmente ele teve motivos para não vir. Mas estamos contentes que nesta conferência participe o porta-voz da Duma de Estado da Rússia, Vyacheslav Volodin", disse Cavusoglu.
Isolamento
Em seguida, o ministro esclareceu a posição de seu país sobre a possibilidade de ficar isolado.
"Por que a Turquia deve temer ficar em isolamento? Nós combatemos o terrorismo, e ele é um inimigo comum", afirmou Cavusoglu.
A partir desta lógica, o chanceler turco crê que seu país deve receber o apoio de outros Estados em sua luta contra os curdos.
"Eu não acho que a Rússia seja contra a operação. Alguns temas sensíveis preocupam a Rússia, tais como a integridade territorial e a unidade do país. Nós também estamos preocupados. Se observarmos todas as declarações conjuntas da Turquia, Rússia e Irã, nós sublinhamos [a necessidade da manutenção da integridade territorial do país]", argumentou Cavusoglu.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seu braço armado, as Unidades de Proteção Popular (YPG), foram classificados pelo chanceler como "terroristas".
"Esta organização terrorista [YPG] segue uma agenda separatista e deseja dividir o país. Nós nos esforçamos para impedir isso. Nós lutamos contra o terrorismo junto com a Rússia. Por isso a Rússia nos apoiou na ONU. Se algum país tem duplos padrões em relação à nossa luta com o terrorismo, isso é problema deles. Nós não temos medo de ficarmos isolados, já que a verdade está do nosso lado por estarmos determinados a lutar contra o terrorismo", declarou o chanceler.
Em relação às possíveis sanções que os Estados Unidos podem impor ao país, a autoridade disse que a resposta estaria no site do Ministério das Relações Exteriores da Turquia.