Os EUA deixaram de ocupar posição relevante e de desempenhar papel de liderança na Síria. Por isso a Turquia deixou de aderir incondicionalmente ao parceiro norte-americano, afirmou especialista.
Sputnik
A diminuição da importância relativa dos EUA também levou a Turquia a optar por parcerias de curto prazo, em oposição às de longo prazo, complementou o diretor do programa de pesquisa estratégica da Turquia, Fundação SETA, Hasan Basri Yalcin.
Militares turcos na Síria © REUTERS / Rodi Said |
"A Turquia sempre foi considerada um parceiro confiável na OTAN, mas no caso da Síria, por exemplo, ela percebeu que não é mais possível seguir os EUA, porque eles não tiveram lá um papel e liderança", afirmou o analista.
"Não teve nenhuma 'ordem liberal', pelo contrário, houve um aumento do protecionismo, e por isso na Síria a Turquia testemunhou desde o início uma política de abstração, de alheamento", declarou Yalcin durante a abertura do XVI Encontro anual do Clube Valdai.
Segundo o analista, quando o assunto é fazer alianças com um ou outro grupo, a Turquia optou por alianças de curto prazo, não de cunho estratégico, mas tático.
"Por exemplo, em algumas cidades da Síria a Turquia atua como aliada da Rússia, enquanto em outras cidades negocia com os EUA", descreveu.
O analista ressaltou que os EUA não desempenham mais o papel que tiveram outrora: "Se houve alguma mudança na política mundial, com certeza que essa foi a razão principal de todas as transformações."
"Desse modo, está em formação um novo sistema multipolar, semelhante àquele que existia antes da Segunda Guerra Mundial, ou seja, o aumento do protecionismo, do radicalismo e a decadência do liberalismo", concluiu Yalcin.
O Clube Valdai, um fórum de debate que reúne anualmente na Rússia renomados especialistas, políticos e formadores de opinião, estará reunido entre 30 de setembro e 3 de outubro no balneário russo de Sochi.
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