Mais de 128.000 soldados, além de 600 aeronaves e 20.000 itens de equipamento militar, participaram da maior manobra de 2019.
Nikolai Litovkin | Russia Beyond
Aconteceram na porção asiática da Rússia, de 16 a 21 de setembro, os maiores exercícios militares do ano, intitulados Centro-2019. Além do país, China e Índia realizaram operações conjuntas contra supostos militantes radicais islâmicos.
Sergey Pivovarov/Sputnik |
Nas manobras, militantes de um Estado fictício se infiltraram em um país vizinho para fomentar a instabilidade política e incitar uma guerra civil.
Guerra com ‘militantes’
As unidades militares tiveram que lidar com a ameaça em duas fases.
Na primeira, a ideia preciso localizar as posições dos terroristas em seu próprio país. As equipes de resposta rápida e planejamento de operações tiveram que determinar o contingente militar necessário para realizar a missão e avançar à zona de combate.
No estágio seguinte, as formações militares, como parte de uma operação secreta por trás das linhas inimigas, ficaram incumbidas de atacar intensamente o adversário, tirando-o de seus esconderijos e eliminando todos os militantes, inclusive os líderes.
Segundo informações obtidas pelo Russia Beyond junto ao Ministério da Defesa russo, cerca de 128.000 soldados da Rússia, Índia, China, Cazaquistão e Uzbequistão participaram dos exercícios. Paralelamente, foram usadas mais de 600 aeronaves da Força Aérea Russa, e unidades terrestres das Tropas Aerotransportadas da Rússia, que forneceram, no total, cerca de 20.000 itens de equipamento militar.
Teste de blindagem
Um dos principais objetivos dos exercícios não foi desenvolver relações com seus aliados, mas testar equipamentos militares mais recentes e meios para protegê-los em condições de combate.
Segundo o analista militar do “Izvêstia” Dmítri Safonov, o comando russo queria inspecionar como se comportaria em campo a nova armadura do tanque T-14 Armata.
“O veículo será equipado com escudos lamelares ao redor de seu perímetro, com aparência semelhante à grade encontrada em beliches do exército. Isso o protegerá contra armas mais destrutivas – granadas e mísseis guiados”, disse ao Russia Beyond.
A ideia é que esse novo “exoesqueleto” deforme a cabeça da granada após o impacto e dissipe parte da energia da explosão. No entanto, na opinião de Safonov, apresenta algumas desvantagens em comparação com os tipos mais caros de blindagem reativa.
“A blindagem ripada em questão é mais barata, tecnicamente mais simples e aumenta em várias vezes o nível de proteção do motor e da transmissão em condições de combate urbano. Mas a principal desvantagem é sua versatilidade baixa. A blindagem de ripas protege efetivamente o equipamento contra certos tipos de granadas antitanque portáteis. Portanto, resta saber como elas se comportará nos exercícios contra outros tipos de agentes destrutivos”, conclui o analista militar.
Veja abaixo outros momentos do Centro-2019: