Secretária-geral assistente para os Assuntos Humanitários informou ao Conselho de Segurança sobre situação no país; representante destacou insegurança alimentar e áreas contaminadas por minas terrestres; resolução sobre cessar-fogo foi vetada por China e Rússia.
ONU
O Conselho de Segurança reuniu-se nesta quinta-feira para discutir o conflito na Síria. Por causa da guerra iniciada em 2011, 6,5 milhões de pessoas estão a precisar de ajuda alimentar.
Crianças fugindo da escalada da violência em Idlib, na Síria, abrigam-se em um campo superlotado de deslocados internosem Atmeh, perto da fronteira com a Turquia ©Unicef/Watad |
A secretária-geral assistente para Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, disse que os combates causaram o deslocamento de 400 mil pessoas somente entre maio e agosto desse ano, no noroeste da Síria.
Necessidades
A situação é mais grave na província de Idlib. Uma resolução que propunha o cessar-fogo na região recebeu 12 votos a favor e uma abstenção, mas acabou sendo vetada por China e Rússia.
Antes da votação, Mueller explicou que muitos sírios “já foram deslocados várias vezes e estão agora se concentrando em áreas de Idlib muito populosas.”
As necessidades humanitárias na região estão aumentando. Cerca de 600 mil pessoas vivem em tendas ou assentamentos e algumas ao ar livre.
A representante do Ocha afirmou que “além das necessidades dos deslocados, as comunidades de acolhimento estão sob pressão cada vez maior, criando mais procura para a assistência humanitária.”
A secretária-geral assistente lembrou que o futuro na região “permanece incerto.” As organizações humanitárias estão se preparando para o inverno e precisam de US$ 68,4 milhões para a resposta dos próximos meses. Nesse momento, 1,6 milhão de pessoas recebem ajuda na região.
Ajuda
Pela segunda vez esse ano, uma missão conjunta da ONU e do Crescente Vermelho chegou ao assentamento de Rukban, com ajuda para 15 mil deslocados. Segundo Mueller, as condições na região pioraram nos últimos meses, com relatos de várias crianças morrendo por causas evitáveis.
Nos próximos meses, a missão conjunta deve ajudar cerca de 6 mil pessoas a se deslocar para regiões controladas pelo governo. Mueller diz que essa mudança deve acontecer “de forma segura, bem informada e digna.”
Campo de deslocados
Ela também destacou a “situação desesperadora” no campo de Al hol, que acolhe 68,6 mil pessoas, mais de nove em cada dez são mulheres e crianças. Segundo ela, o trabalho da ONU e parceiros, nos últimos meses, permitiu uma queda no número de doentes.
A secretária-geral assistente disse que as crianças representam cerca de dois terços da população do acampamento e que “muitas foram expostas à violência extrema e trauma” pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.
Mueller também lembrou que, a 13 de setembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou a criação de uma Comissão de Inquérito Independente para investigar uma série de incidentes que aconteceu no noroeste do país. Segundo ela, o organismo começa seu trabalho a 30 de setembro.
Alimentos e minas
Além destas situações, Mueller destacou dois grandes temas. O primeiro diz respeito à segurança alimentar. Apesar de estar previsto um aumento nas colheitas de cereais, o preço dos alimentos tem subido no último ano.
A representante diz que a necessidade de ajuda alimentar também é alta. Ao todo, são cerca de 6,5 milhões nesta situação. A ONU e parceiros chegam a cerca de 4,4 milhões.
O segundo grande tema destacado por Mueller é a existência de minas terrestres. Mais de 10 milhões de sírios vivem em áreas afetadas. A representante contou que “os moradores da Síria vivem em perigo permanente, mesmo em áreas onde os combates diminuíram.”
Mueller terminou dizendo ao Conselho de Segurança que “o mundo está olhando com esperança de um futuro mais humano para a Síria, onde os moradores estejam seguros, as necessidades sejam resolvidas e os trabalhadores humanitários protegidos.”
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