O Irã começou a instalar centrífugas mais avançadas e está avançando para enriquecer urânio nessas instalação, embora isso seja proibido sob o acordo nuclear com as principais potências, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
François Murphy | Reuters
VIENA - O acordo de 2015 permite apenas que o Irã produza urânio enriquecido com suas pouco mais de 5.000 máquinas de centrifugação IR-1 de primeira geração. O país pode usar um número muito menor de centrífugas avançadas para pesquisa, mas sem acumular urânio enriquecido.
Bandeira do Irã em frente ao prédio da AIEA em Viena 10/07/2019 REUTERS/Lisi Niesner |
Mas, em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou o acordo em maio do ano passado, o Irã tem violado passo a passo os limites impostos a suas atividades atômicas.
Na semana passada, a República Islâmica disse que violaria os limites do acordo em pesquisa e desenvolvimento, o termo aplicado para o uso iraniano de centrífugas avançadas.
Um porta-voz da AIEA disse que o Irã informou que está fazendo modificações para acomodar cascatas —ou conjuntos interconectados — de 164 das centrífugas IR-2m e IR-4. Cascatas do mesmo tamanho e tipo eram vetadas pelo acordo.
Os inspetores da agência nuclear da ONU verificaram que centrífugas avançadas foram ou estavam sendo instaladas, acrescentou o porta-voz.
“Todas as centrífugas instaladas foram preparadas para testes com o UF6”, embora nenhuma delas estivesse sendo testada com o UF6 nos dias 7 e 8 de setembro, disse ele, referindo-se à matéria-prima de hexafluoreto de urânio para centrífugas.
Ele acrescentou que o Irã havia dito à agência que modificaria linhas de centrífugas de pesquisa para produzir urânio enriquecido, o que não é permitido pelo acordo.
Em um relatório confidencial aos Estados membros, a AIEA também disse que o Irã fez essas modificações em algumas linhas.
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