Em uma reunião importante entre os principais ministros franceses e russos, Paris sinalizou que deseja melhorar as relações com Moscou para garantir a segurança europeia, já que a alternativa oferece apenas maiores problemas.
Sputnik
O ministro do Exterior da França, Jean-Yves Le Drian, e a ministra da Defesa, Florence Parly, se reuniram com seus colegas russos em Moscou nesta segunda-feira, algo que não aconteceu nos últimos sete anos.
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Durante a cúpula, Le Drian afirmou que queria aliviar as tensões com a Rússia, não apenas para melhorar os laços bilaterais, mas também para garantir a segurança europeia.
"Chegou a hora, é a hora certa, de trabalhar para reduzir a desconfiança", declarou.
Ele acrescentou que a Europa nunca estará segura sem "relações claras e fortes" com seu vizinho oriental. Por isso, Paris deseja uma "nova agenda de confiança e segurança" com a Rússia.
Um sentimento semelhante foi ecoado pela ministra da Defesa francesa, que disse que "é importante conversar um com o outro, para evitar mal-entendidos e atritos", embora reconheça que "não será um caminho fácil pela frente".
E as sanções?
Ela também destacou a questão das sanções da União Europeia (UE) a Moscou, que não serão levantadas por enquanto, de acordo com o lado francês.
Dito isto, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, expressou sua concordância, afirmando que a reconstrução dos laços entre as duas nações é "possível e necessária".
O formato 2 + 2 marca a primeira vez desde 2012 que os ministros francês e russo mantêm discussões conjuntas. A última reunião do gênero aconteceu em Paris.
O encontro é apenas o último sinal de que Paris está tentando reiniciar as relações com Moscou. Em agosto, o presidente francês Emmanuel Macron pediu uma "nova arquitetura de segurança e confiança" entre a UE e a Rússia e disse que Moscou é "essencial" para resolver as crises no Irã, Ucrânia e Síria, e para o trabalho em andamento no setor nuclear de não proliferação.
As relações entre a França e a Rússia azedaram em 2014, depois que a UE foi pressionada por Washington a impor sanções a Moscou, após o golpe na Ucrânia e a reunificação da Crimeia com a Rússia. A decisão retaliatória deste último de proibir a importação de alimentos da Europa sacudiu a indústria agrícola da França.