Estivemos no campo de provas da IVECO nesta segunda-feira e testamos o LMV
Por Guilherme Poggio | Forças Terrestres
“É a sua vez!” Foi assim que o engenheiro de vendas da IVECO Defense Vehicles / CNH Industrial, Giovanni Giordani, se dirigiu a mim. Mesmo com uma distância do chassi em relação ao solo de quase meio metro, pisei no estribo lateral e não tive a menor dificuldade para entrar no veículo e me sentar no banco do motorista. Giovanni deu a volta na viatura e sentou-se no banco do carona. Ele seria o meu guia e “consultor técnico” nos minutos seguintes, quando tive a oportunidade de testar a futura Viatura Blindada Multitarefa, Leve de Rodas (VBMT-LR) do Exército Brasileiro (EB), o IVECO LMV (Light Multirole Vehicle) no campo de provas da empresa em Sete Lagoas (MG).
O painel à minha frente era bastante simples, com apenas alguns mostradores analógicos (incluindo o velocímetro). Um pouco para a direita foi introduzido um painel digital, por exigência do EB, que inclui um marcador de nível de combustível. Já no painel lateral havia dezenas de comandos. Precisei memorizar apenas um deles: o de acionamento do veículo. Na verdade o LMV é ligado em três etapas: aciona-se primeiro o interruptor da bateria, seguido do botão no console lateral e, finalmente, a partida no motor, apertando-se um botão vermelho no painel inferior (não foram autorizadas fotos do interior).
Se ligar o veículo não é algo trivial, colocá-lo em movimento é muito simples. A coluna lateral do câmbio automático de oito marchas é muito semelhante à de um veículo de passeio. Após soltar o freio de mão, mudei a alavanca da posição “neutral” para a posição “drive”. Logo de início percebe-se que este é um veículo pesado (cerca de seis toneladas quando vazio). Pisei suavemente no acelerador e percebi, logo de cara, que estava dirigindo um caminhão de pequeno porte. Foi só pressionar mais o acelerador e o motor de seis cilindros em linha respondeu bem.
Entramos na pista do campo de provas da IVECO, que é do tipo oval. Logo em seguida apareceu uma curva para a direita e uma placa indicando 70km/h de velocidade máxima. Reduzi para menos do que o indicado (estava dirigindo um veículo com centro de gravidade alto), mas a sobrelevação da pista ajudou a trazer mais segurança. Na reta oposta acelerei mais o LMV e a resposta veio de imediato. No entanto, o veículo estava limitado eletronicamente a 90 km/h.
Ao final da reta pisei suavemente no freio e pude sentir a segurança na frenagem: o freio é a disco nas quatro rodas. Giovani não quis me dizer o valor exato, mas a proporção é semelhante à de um carro de passeio equipado da mesma maneira (70-80% nas rodas dianteiras e 20-30% nas rodas traseiras).
Deixamos o asfalto e partimos para testes fora de estrada. Não foi necessário alterar a configuração do veículo, porque a tração nas quatro rodas é permanente. Verdade seja dita, não pegamos nenhuma trilha muito desafiadora. Excetuando-se alguns solavancos aqui e ali, o conforto interno (para um veículo militar) praticamente se manteve. Foi no trecho fora de estrada que tive a chance de fazer uma curva de pequeno raio e, nela, o comportamento pouco diferiu de um veículo comum.
Retornamos ao campo de provas e estacionei o veículo no mesmo local de onde parti. Embora eu não seja piloto de testes, minha opinião é de que o veículo é muito mais confortável do que qualquer outro blindado do EB e fácil de dirigir, não exigindo maiores habilidades para percursos pouco exigentes.
DADOS TÉCNICOS
- Comprimento: 4,79 m
- Largura: 2,20 m
- Altura: 2,05 m
- Peso vazio: 6.200 kg
- Potência: 190 cv
- Tripulação: 1 + 4
- Tração: 4×4 integral