Mike Pompeo alega não haver evidências de que ataques partiram do Iêmen. Irã nega acusações. Bombardeios em instalações petrolíferas sauditas derrubam pela metade produção de petróleo no país.
Deutsch Welle
Apesar de rebeldes houthis do Iêmen terem reivindicado a autoria do atentado, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irã pelo ataque a duas instalações petrolíferas na Arábia Saudita.
Horas depois de ataque, fumaça de incêndio ainda era vista na refinaria em Abqaiq |
"No meio de convocações para reduzir a tensão, o Irã lançou um ataque sem precedentes contra o fornecimento de energia do mundo", escreveu Pompeo neste sábado (14/09) em sua conta no Twitter. "Não há evidências de que os ataques tenham partido do Iêmen", acrescentou. Pompeo pediu ainda que outros países também condenassem os ataques supostamente promovidos pelo Irã.
Depois das acusações dos Estados Unidos, Teerã negou envolvimento no ataque com drones que atingiram a maior instalação de processamento de petróleo do mundo na Arábia Saudita e um grande campo de petróleo, ambos operados pela gigante estatal saudita Aramco. Teerã também acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para retaliar o Irã.
"Tais acusações e comentários infrutíferos e cegos são incompreensíveis e sem sentido", afirmou o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Abbas Mousavi, em comunicado. "Tais comentários parecem mais conspirações de organizações secretas e de inteligência para prejudicar a reputação de um país e criar um quadro para ações futuras", acrescentou.
A relação entre os Estados Unidos e o Irã se deteriorou em maio, após o presidente Donald Trump ter retirado os EUA do acordo nuclear assinado em 2015 pelos dois países, com participação ainda da Rússia, da China, do Reino Unido, da França e da Alemanha. Desde então, os americanos adotaram sanções que estão prejudicando a economia iraniana.
"Os americanos adotaram uma política de pressão máxima que aparentemente se tornou uma mentira máxima devido aos seus fracassos", ressaltou ainda Mousavi.
Os ataques a uma refinaria em Abqaiq e no campo de Khurais levaram a Arábia Saudita anunciar no sábado uma redução da produção da principal companhia petrolífera do mundo em 50%. Quase 20 horas depois do bombardeio, o novo ministro de Energia saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, filho do rei, teve que ir a público reconhecer que a Aramco diminuiu a produção em cerca de 5,7 milhões de barris.
As explosões também detiveram a produção de gás associado em 2 bilhões de pés cúbicos por dia, utilizada para produzir 700 mil barris de gás líquido. Com isso, a provisão de gás etano e gás natural será reduzida em até 50%, segundo informações de Abdulaziz.
A Aramco, considerada pelas agências de classificação de crédito Moody's e Fitch como a empresa com mais lucro em todo o mundo, estimado em 111,1 bilhões de dólares em 2018, afirmou neste domingo que ainda estava calculando os danos e que necessita de 48 horas até divulgar uma atualização.
Embora não tenha havido cortes de eletricidade nem água no país, Trump admitiu que o ataque afetou a economia do EUA e de todo o mundo, durante uma conversa por telefone com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
O presidente dos EUA também se ofereceu para colaborar no que possa, para ajudar na segurança e na estabilidade de Riad, que lidera uma coalizão militar no Iêmen contra os rebeldes e a favor do governo reconhecido internacionalmente, cuja cúpula está quase toda exilada em território saudita.
No entanto, Salman lhe disse que o reino conta com a vontade e a capacidade para enfrentar e tratar a agressão terrorista dos houthis, que tornaram uma tarefa diária os ataques a alvos na Arábia Saudita, como aeroportos e refinarias.
A autoria do ataque foi reivindicada por rebeldes iemenitas. O grupo, apoiado pelo Irã, disse que enviou dez drones para promover os bombardeios e prometeu ampliar os ataques contra a Arábia Saudita. Nos últimos meses, rebeldes realizaram uma série de bombardeios fronteiriços com mísseis e drones contra bases aéreas sauditas e outras instalações no país. A ONU e países ocidentais acusam Teerã de fornecer armas ao grupo, algo que o governo iraniano nega.
Os bombardeiros são uma reação aos ataques aéreos conduzidos pela Arábia Saudita em regiões controladas por rebeldes no Iêmen. Desde março de 2015, os sauditas lideram uma coalizão contra os houthis, que detêm, entre outros, a capital do país, Sanaa. O Iêmen é o país árabe mais pobre, e a guerra gerou em seu território a pior catástrofe humanitária do mundo. O conflito já deixou mais 90 mil mortos.
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