A Arábia Saudita exibiu destroços de drones e de mísseis que, segundo o governo saudita, foram usados em ataques a instalações petrolíferas do país, afirmando que são uma evidência “inegável” de uma agressão iraniana.
Maher Chmaytelli, Lisa Barrington e Tuqa Khaled, em Dubai, e equipe da Reuters em Riad | Reuters
DUBAI - O porta-voz do Ministério da Defesa, coronel Turki al-Malki, disse que um total de 25 drones e mísseis foram lançados contra duas instalações nos ataques do último fim de semana, incluindo o que ele identificou como veículos aéreos não tripulados (UAV, na sigla em inglês) iranianos e mísseis de cruzeiro “Ya Ali”. Ele disse que os mísseis têm sido usados pela Guarda Revolucionária do Irã.
Porta-voz do Ministério da Defesa saudita, coronel Turki al-Malki, dá entrevista coletiva e apresenta destroços de drones 16/04/2018 REUTERS/Hamad I Mohammed |
“O ataque foi lançado do norte e inquestionavelmente patrocinado pelo Irã”, disse o coronel em entrevista coletiva. “A evidência... que vocês veem à sua frente torna isso inegável.”
Malki disse que drones e mísseis foram lançados contra Abqaiq, local da maior instalação de processamento de petróleo do mundo, e que mísseis de cruzeiro tinham como alvo Khurais.
O movimento houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, que luta contra uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, assumiu a responsabilidade pelos ataques.
Malki, que também é o porta-voz da coalizão, reiterou que o ataque não poderia ter sido do Iêmen, dizendo que o movimento houthi estava “encobrindo” o Irã.
O Irã voltou a negar qualquer envolvimento no ataque que reduziu pela metade a produção de petróleo da Arábia Saudita.
“Eles querem impor... pressão máxima sobre o Irã por meio de calúnias”, disse o presidente do Irã, Hassan Rouhani, segundo a mídia estatal. “Não queremos conflitos na região... Quem iniciou o conflito?”, disse ele, culpando o governo dos Estados Unidos e seus aliados no Golfo Pérsico pela guerra no Iêmen.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também disse que não deseja guerra e afirmou que “não há pressa” para uma retaliação, acrescentando que está em coordenação com países do Golfo e da Europa.
A Arábia Saudita, maior exportadora mundial de petróleo, disse na terça-feira que os 5,7 milhões de barris por dia de produção perdidos devido ao ataque serão totalmente restaurados até o final do mês.
Os preços do petróleo caíram depois das garantias sauditas de retomada da produção. Na segunda-feira tinham chegado a subir mais de 20%, maior salto intradia desde a Guerra do Golfo de 1990-91.
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