Compra de 36 caças Gripen foi anunciada pelo governo Dilma em 2013. No voo de teste, piloto fez manobras em diferentes altitudes e velocidades. A primeira unidade será entregue às forças brasileiras em 2021.
Por Arthur Bernardi | TV Globo — Brasília
O Gripen, novo caça da Força Aérea Brasileira (FAB), fez nesta segunda-feira (26) o voo de estreia em Linköping, no sul da Suécia.
Primeiro Gripen brasileiro faz voo de teste na Suécia em 26 de agosto de 2019. Ele foi conduzido pelo piloto Richard Ljungberg por 65 minutos — Foto: Divulgação/Saab |
A compra dos caças foi anunciada em 2013, pela então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião Dilma assinou contrato para compra de 36 aeronaves por US$ 4,5 bilhões.
O voo de estreia durou pouco mais de uma hora. Os suecos homenagearam o Brasil com a pintura da bandeira no estabilizador vertical do avião. Nas asas, o azul também foi incluído como parte da identidade visual brasileira do caça.
Os pilotos fizeram manobras em diferentes altitudes e velocidades. A velocidade máxima do caça não foi divulgada, mas ele pode chegar a 2,4 mil quilômetros por hora – duas vezes mais rápido que a velocidade do som.
O piloto de testes sueco Richard Ljungberg fez o voo de estreia do caça. Ele disse que foi uma honra e que estava orgulhoso por ser o primeiro a voar no Gripen do Brasil. E que tudo correu bem, exatamente como nas simulações. O primeiro avião de combate será entregue às forças brasileiras em 2021.
Transferência de tecnologia
A transferência de tecnologia foi um dos principais motivos para o governo optar pelo Gripen e não pelo Boeing (dos EUA) ou pelo Rafale (da francesa Dassault).
Seis empresas brasileiras foram escolhidas para trabalhar na montagem da nova geração do Gripen e receber conhecimentos tecnológicos da montadora.
Os projetos incluem treinamento teórico, pesquisa, desenvolvimento de sistemas de aviões e treinamentos práticos na fábrica da SAAB, na Suécia.
Desde o início do contrato, tem havido intercâmbio de funcionários brasileiros na Suécia. Até agora, cerca de 200 engenheiros, montadores e pilotos já estiveram em Linkoping, e os treinamentos variam de 3 meses a dois anos, dependendo da função.
O primeiro Gripen do Brasil vai continuar na Suécia para a continuação dos testes. O programa também prevê que os últimos 15 aviões serão produzidos e montados em solo brasileiro.