A China revezou tropas na guarnição do Exército Popular de Libertação (PLA) em Hong Kong nesta quinta-feira, dias antes de uma marcha planejada por manifestantes para pedir democracia plena na cidade sob controle chinês depois de três meses de manifestações às vezes violentas.
Por Donny Kwok, Felix Tam, Greg Torode, Farah Master, Twinnie Siu, James Pomfret e Anne Marie Roantree, em Hong Kong, e Ben Blanchard, em Pequim | Reuters
HONG KONG - A mídia estatal chinesa descreveu a movimentação de tropas como rotineira, e diplomatas asiáticos e ocidentais que acompanham a mobilização do PLA na ex-colônia britânica já a esperavam.
HONG KONG - A mídia estatal chinesa descreveu a movimentação de tropas como rotineira, e diplomatas asiáticos e ocidentais que acompanham a mobilização do PLA na ex-colônia britânica já a esperavam.
Tropas ao lado de jipes em base do Exército Popular de Libertação (PLA) em Hong Kong 29/08/2019 REUTERS/Staff |
Mesmo sendo rotineira, seu cronograma provavelmente causará tensão na “região administrativa especial” de Hong Kong, que foi devolvida à China em 1997.
Os militares chineses farão contribuições ainda maiores para manter a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong, disse a guarnição do PLA no território, segundo citação da agência estatal de notícias Xinhua.
Os militares finalizaram um revezamento de rotina de forças aéreas, terrestres e marítimas, relatou a agência de notícias. A Xinhua e o Diário do Povo divulgaram fotos e vídeos de veículos blindados de transporte de soldados circulando em comboio por Hong Kong antes do amanhecer com as luzes piscando.
Observadores estimam a guarnição de Hong Kong entre 8 mil e 10 mil soldados divididos em bases do sul da China e uma rede de antigos quartéis do Exército britânico em Hong Kong.
Caminhões cheios de soldados do PLA com luvas brancas entraram em Hong Kong poucas horas após a devolução territorial de 1997, provocando questionamentos sobre seu papel. Eles realizam exercícios com frequência, mas desde então foram vistos fora de suas bases raramente.
Testemunhas da Reuters viram nesta quinta-feira uma atividade consideravelmente maior dentro e no entorno da base militar do PLA em Shek Kong, no interior dos Novos Territórios, do que foi aparente nos últimos meses.
A China criticou os protestos e acusou os Estados Unidos e o Reino Unido de interferirem em seus assuntos em Hong Kong, emitindo sinais claros de que uma intervenção vigorosa é possível.
Neste mês, centenas de agentes da Polícia Popular Armada realizaram exercícios em um estádio esportivo de Shenzhen, que faz divisa com Hong Kong, um dia depois de o Departamento de Estado dos EUA se dizer “profundamente preocupado” com sua movimentação.
O comunicado chinês do ano passado sobre as tropas rotativas disse que o número de soldados em Hong Kong “foi mantido sem alteração”.
Isso não constava do comunicado desta quinta-feira. O porta-voz do Ministério da Defesa, Ren Guoqiang, disse em um boletim mensal de rotina à imprensa que o cronograma da troca de tropas foi semelhante ao de anos anteriores “para atender às exigências da defesa de Hong Kong”.