O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou estar considerando um bloqueio ou quarentena contra a Venezuela. O especialista Egor Lidovskoy detalhou para a Sputnik o eventual motivo por trás da ponderação norte-americana.
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Egor Lidovskoy, diretor-geral do Centro Latino-Americano Hugo Chávez, acredita que os EUA precisam do bloqueio porque Juan Guaidó não cumpriu a função de "presidente fantoche".
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Segundo ele, o bloqueio contra a Venezuela já foi imposto com a proibição comercial a países terceiros e pressão econômica dos EUA. Lidovskoy acredita que os EUA querem mesmo é retirar Nicolás Maduro do poder e substitui-lo por alguém que o agradem.
"Como podemos ver, Juan Guaidó não está exercendo bem a função de 'presidente fantoche', e não conseguiu alcançar um poder real. O poder do presidente Maduro é forte o suficiente, ele tem muito apoio popular, ele conseguiu fortalecê-lo unindo o povo contra a interferência americana", afirmou Lidovskoy para o serviço russo da Rádio Sputnik.
Em se tratando de cenário militar norte-americano na Venezuela, Egor Lidovskoy não acredita que vá ser posto em prática.
"Possivelmente, eles [EUA] queriam uma solução militar do conflito. Mas há o fator da Rússia, China, Turquia e de outros países que apoiaram o presidente Maduro e que são fortemente contra uma solução militar. Por isso, [os EUA] continuam pressionando economicamente e financiando grupos de militantes e oposicionistas dentro da Venezuela."
Nova 'Crise dos Mísseis de Cuba'?
No entanto, Vladimir Dzhabarov, senador e primeiro-vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores do Conselho da Federação, acredita que um possível bloqueio americano à Venezuela seja extremamente perigoso, com chances de repetição da crise caribenha de 1962.
"Trata-se de algo muito, muito perigoso. Certa vez, os norte-americanos tentaram organizar um bloqueio a Cuba, que quase terminou com uma crise nuclear em 1962", relembrou Dzhabarov em comentário à Sputnik.
Dzhabarov salientou que a Rússia presta principalmente assistência à Venezuela, em sua grande maioria humanitária. "Nós fornecemos ajuda principalmente humanitária, para que os venezuelanos não morram de fome", disse o senador.
Crise na Venezuela
Na Venezuela, em 21 de janeiro, protestos em massa contra o presidente Nicolás Maduro começaram logo após sua tomada de posse. O chefe da Assembleia Nacional, controlado pela oposição, Juan Guaidó, se declarou ilegalmente "presidente interino".
Vários países ocidentais, liderados pelos EUA, declararam apoio a Guaidó, que foi chamado por Maduro de "fantoche" dos Estados Unidos. Rússia, China, Turquia e vários outros países apoiam o presidente legitimo do país caribenho: Nicolás Maduro.