Um navio-tanque do Irã zarpou pelo Mar Mediterrâneo rumo à Grécia nesta segunda-feira, depois de ser liberado de uma apreensão no litoral de Gibraltar, e Teerã disse que qualquer manobra dos Estados Unidos para deter a embarcação teria “consequências pesadas”.
Reuters
DUBAI - O Grace 1, rebatizado de Adrian Darya 1, partiu de Gibraltar perto das 23h locais de domingo. Dados de monitoramento de embarcações da Refinitiv desta segunda-feira mostraram que o navio ruma para Kalamata, na Grécia, e que deve chegar no próximo domingo à meia-noite.
DUBAI - O Grace 1, rebatizado de Adrian Darya 1, partiu de Gibraltar perto das 23h locais de domingo. Dados de monitoramento de embarcações da Refinitiv desta segunda-feira mostraram que o navio ruma para Kalamata, na Grécia, e que deve chegar no próximo domingo à meia-noite.
Tripulante tira foto do navio-tanque iraniano Adrian Darya 1 em Gibraltar 18/08/2019 REUTERS/Jon Nazca |
A apreensão do navio-tanque por parte de fuzileiros navais da Marinha Real britânica perto de Gibraltar no dia 4 de julho, devido à suspeita de que estava violando sanções da União Europeia por levar petróleo à Síria, criou um impasse de uma semana entre Teerã e o Ocidente e elevou as tensões nas rotas internacionais de transporte de petróleo do Golfo Pérsico.
Gibraltar, um território britânico no exterior, cancelou a ordem de detenção na quinta-feira, mas no dia seguinte um tribunal federal de Washington emitiu um mandado para o confisco do navio-tanque, de sua carga de petróleo e de quase um milhão de dólares.
No domingo, Gibraltar disse que não podia obedecer essa solicitação por estar sujeita à lei da União Europeia. Washington queria deter o navio-tanque sob a alegação de que ele tinha laços com a Guarda Revolucionária iraniana, que designou como uma organização terrorista.
As autoridades gregas não comentaram a situação de imediato.
Ainda nesta segunda-feira, o Irã disse que qualquer tentativa norte-americana de apreender o navio-tanque teria “consequências pesadas”.
Indagado se os EUA poderiam renovar seu pedido de apreensão depois que a embarcação partiu de Gibraltar, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Abbas Mousavi, respondeu: “Tal ação, e mesmo conversas a esse respeito... ameaçariam a segurança do transporte marítimo em mar aberto”.
“O Irã emitiu o alerta necessários pelos canais oficiais, especialmente a embaixada suíça, para que autoridades norte-americanas não cometam tal erro, porque ele teria consequências pesadas”, disse Mousavi em comentários transmitidos na televisão estatal.
A Suíça representa os interesses dos EUA no Irã, que não tem relações diplomáticas com Washington.
O Adrian Darya, que recebeu bandeira iraniana depois de se desfiliar do Panamá em 29 de maio, estava totalmente carregado com cerca de 2 milhões de barris de petróleo, segundo dados da Refinitiv. A carga está avaliada em dezenas de milhões de dólares.
O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu país de um acordo nuclear de 2015 com o Irã em maio do ano passado, mas a UE continua sendo parte do pacto, que permite que Teerã venda seu petróleo.