As forças navais de Brasil e Estados Unidos mantêm um estreito laço de cooperação que vem se fortalecendo a cada dia, assim como ocorre com as demais Forças Armadas, declarou hoje o contra-almirante Luiz Roberto Cavalcanti Valicente, da Marinha do Brasil, em declarações à Sputnik Brasil.
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Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira na Base Naval do Rio de Janeiro, na Ilha de Mocanguê, em Niterói, Valicente, que é comandante da 2ª Divisão da Esquadra, avaliou a importância do exercício marítimo multinacional UNITAS, destacando a intensa colaboração entre os militares brasileiros e norte-americanos. O oficial estará à frente do Grupo-Tarefa brasileiro na 60ª edição da operação, que ocorre de hoje até o próximo dia 30 na área marítima adjacente ao território fluminense.
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Em declarações à Sputnik Brasil, o militar afirmou que muito antes da designação do Brasil como aliado extra-OTAN dos Estados Unidos, os laços entre os dois países na esfera militar já vinham se fortalecendo, deixando uma expectativa positiva para os próximos anos.
"Nós temos incrementado a cada dia essa cooperação. Nós já tivemos, e ainda temos, navios, meios, aeronaves de origem americana, dos Estados Unidos. Por conta disso, nós temos treinamentos lá e cá, diversos oficiais nossos, da Marinha, fazem intercâmbios nos EUA, assim como o contrário também, ou seja, oficiais americanos que fazem treinamentos ou adestramentos e servem aqui na Marinha do Brasil. Então, essa cooperação e essa inter-relação das Marinhas vêm crescendo ao longo do tempo. Eu tenho certeza, posso garantir, que isso ocorre também com as outras Forças Armadas, Exército e Força Aérea", disse o contra-almirante. "Nós esperamos, a cada dia, que isso incremente mais. E não temos dúvidas de que vai incrementar", acrescentou, ao ser questionado sobre as consequências para a esfera militar do estreitamento dos laços entre Brasil e Estados Unidos no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Representando a Marinha norte-americana, o capitão-de-mar-e-guerra Thomas E. Myers, do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM), confirmou o bom momento das relações entre os dois países, sublinhando que operações como a UNITAS servem, sobretudo, para promover a confiança mútua entre as forças militares de nações diferentes.
"Nós acreditamos um no outro, nós confiamos um no outro. Então, quando chegar o momento de nos unir e fazer isso para valer, nós estaremos prontos, e saberemos que podemos confiar um no outro para fazer e estar onde eles disserem que estarão quando for a hora", declarou o oficial americano também à Sputnik.
Além de Brasil e Estados Unidos, a UNITAS 2019 também contará com representantes, entre delegações e observadores, de Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido e Japão. De hoje até o dia 22, acontece a chamada fase de porto, que consistirá em eventos pré-comissão, como reuniões de coordenação e ações cívico-sociais, entre as quais se destaca uma limpeza ecológica na praia de Icaraí, em Niterói, nesta terça-feira. Já na fase de mar, entre 22 e 30 de agosto, ocorrerão os exercícios propriamente ditos, com ações de superfície, aérea, de guerra eletrônica e operações de interdição marítima.
Entre os dias 27 e 30, mais especificamente, serão realizados exercícios de operações anfíbias na ilha da Marambaia, com o movimento de um elemento anfíbio multinacional, composto de aproximadamente 400 militares, veículos de assalto e embarcações de aterragem. Durante esses exercícios, segundo militares da Marinha do Brasil, será simulada uma operação de ajuda humanitária após um eventual desastre natural em um cenário hipotético.
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