De acordo com Eduardo Villas-Boas e Alberto Cardoso, discursos em favor da preservação da Amazônia são só para favorecer interesses pelas riquezas do Brasil
Por Jorge Vasconcellos | Correio Braziliense
Os generais Eduardo Villas-Boas e Alberto Cardoso afirmaram, na noite desta segunda-feira (5), que o Estado brasileiro está sendo alvo de um ataque indireto de nações estrangeiras que, na sua opinião, utilizam o discurso pela defesa da preservação da Amazônia em favor de seus interesses pelas riquezas do país. Eles apresentaram a palestra "Intérpretes do pensamento estratégico militar", durante evento organizado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), em Brasília.
General Eduardo Villas-Boas | Reprodução |
"Há hoje uma guerra indireta em andamento, que agora, imediatamente, após a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, envolve a Alemanha, o Uruguai, os Estados Unidos e outros países. E o curioso é que são países que se consideram com autoridade moral de apontar o dedo para o Brasil", disse o general Villas-Boas, ex-comandante do Exército e hoje assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
"A Amazônia abriga uma riqueza de 23 trilhões de dólares. São 17 trilhões em recursos minerais e 6 trilhões de biodiversidade. A amazônia abriga soluções para os problemas mais importantes da humanidade, como a água, a produção de alimentos, energia renovável, biodiversidade, mudanças climáticas", acrescentou o general. "Então vejam a importância desse território. No entanto, infelizmente até hoje, o Brasil, salvo várias exceções, como o Marquês de Pombal, o ciclo da borracha, os governos militares, até hoje não temos uma política para a Amazônia, não temos um órgão para cuidar da Amazônia", disse Villas-Boas.
Ele também defendeu que a Amazônia necessita de uma administração que leve em conta os componentes social, econômico e de segurança, este com a participação das Forças Armadas. Disse que esses três componentes são importantes para o desenvolvimento e proteção da região. "Eu não quero uma árvore preservada enquanto pessoas passam fome", declarou.
O general Alberto Cardoso, que foi chefe do Gabinete Militar no governo Fernando Henrique Cardoso, afirmou que a disseminação sobre problemas na Amazônia, como desmatamento e a questão indígena, estão por trás de uma manobra externa e também interna contra o país.
"É essa história que estamos vendo sobre a Amazônia. É uma manobra indireta. O Estado Brasileiro está sendo fixado, com esse ataque de fixação, com essas acusações. Genocídio, invasão de terras indígenas, agronegócio, mineração, meio ambiente. Isso aqui são instrumentos de fixação, de ataques ao Estado Brasileiro. Há uma manobra externa, forte, nisso aí, e interna também", disse o general.