O secretário-geral das Nações Unidas expressou “profunda tristeza” na sexta-feira (2) com o fim do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), assinado entre Estados Unidos e Rússia. Em 1987, os então líderes dos EUA e da União Soviética, Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, assinaram o tratado para eliminar da Europa mísseis nucleares de lançamento terrestre e arsenais de alcance intermediário.
ONU
Em comunicado emitido por seu porta-voz, António Guterres relembrou que havia “consistentemente pedido para os Estados Unidos e a Rússia resolverem suas diferenças através dos mecanismos de consultas previstos no tratado”, lamentando o fato de os países não terem seguido suas recomendações.
Vista de escultura denominada “O Bem derrota o Mal”, na sede da ONU em Nova Iorque, entregue à Organização pela União Soviética na época do aniversário de 45 anos das Nações Unidas. Foto: ONU/Manuel Elias |
Guterres destacou que, “no atual ambiente de segurança internacional em deterioração, acordos de controle de armas e desarmamento assinados anteriormente estão cada vez mais sob ameaça”.
Desde sua entrada em vigor, em 1º de junho de 1988, o controle de armas da era da Guerra Fria contribuiu internacionalmente para a manutenção da paz e da estabilidade, especialmente na Europa. O acordo também desempenhou um importante papel na redução de riscos e para ajudar a levar a Guerra Fria a um fim.
De acordo com a imprensa internacional, ambos os lados se afastaram do pacto, culpando o outro pelo fim e gerando temores de uma nova corrida armamentista.
“O secretário-geral enfatiza a necessidade de evitar eventos desestabilizadores e de buscar urgentemente acordo sobre um novo caminho comum para controle internacional de armas”, segundo comunicado.
Guterres pediu para a Rússia e os EUA “realizarem negociações sobre medidas adicionais de controle de armas”.