A Marinha comemora, na tarde desta quinta-feira, o 75º aniversário de incorporação do antigo contratorpedeiro de escolta Bauru (D18) – ex-USS McAnn (DE 179) –, seu atual Navio Museu.
Por Roberto Lopes* | Poder Naval
A cerimônia será presidida pelo vice-almirante (RM-1) José Carlos Mathias, diretor de Patrimônio Histórico e de Documentação da Marinha, e contará com a presença do comandante do 1º Distrito Naval, vice-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, e do ex-ministro da Marinha, almirante de esquadra (Reformado), Alfredo Karam – Decano dos submarinistas brasileiros e ex-tripulante do Bauru.
Incorporado à US Navy em outubro de 1943, na terça-feira 15 de agosto de 1944 o McAnn, de 93,2 m de comprimento e 1.623 toneladas (carregado), foi transferido por empréstimo à frota nacional.
Eram tempos da Segunda Guerra Mundial ainda inconclusivos e um tanto incertos.
Nesse 15 de agosto, diante das limitações táticas exibidas pelo desembarque dos Aliados na Normandia, a 6 de junho (Operação Overlord), foi realizado um segundo movimento do mar para a terra, na região da elegante Côte d’Azur, sul da França, sob o codinome Operação Dragoon.
Enquanto isso, no distante saliente nordestino brasileiro, uma rápida cerimônia na Base Naval de Natal – importante ponto de apoio da chamada Força Naval do Nordeste da Marinha brasileira – marcava o recebimento do McAnn, rebatizado como Bauru.
O navio passara quase um ano realizando a escolta de comboios, na rota Recife-Trinidad-Recife, que cortava o Mar do Caribe.
Nas primeiras semanas de 1944, a caminho da capital pernambucana, ele resgatara a tripulação de um quadrimotor B-17 “Fortaleza Voadora”, dos Estados Unidos, que caíra em águas caribenhas.
Eram tempos da Segunda Guerra Mundial ainda inconclusivos e um tanto incertos.
Nesse 15 de agosto, diante das limitações táticas exibidas pelo desembarque dos Aliados na Normandia, a 6 de junho (Operação Overlord), foi realizado um segundo movimento do mar para a terra, na região da elegante Côte d’Azur, sul da França, sob o codinome Operação Dragoon.
Enquanto isso, no distante saliente nordestino brasileiro, uma rápida cerimônia na Base Naval de Natal – importante ponto de apoio da chamada Força Naval do Nordeste da Marinha brasileira – marcava o recebimento do McAnn, rebatizado como Bauru.
O navio passara quase um ano realizando a escolta de comboios, na rota Recife-Trinidad-Recife, que cortava o Mar do Caribe.
Nas primeiras semanas de 1944, a caminho da capital pernambucana, ele resgatara a tripulação de um quadrimotor B-17 “Fortaleza Voadora”, dos Estados Unidos, que caíra em águas caribenhas.
Contratorpedeiro de escolta Bauru – D18 |
Ajudante de Operações
No primeiro trimestre de 1945, o Bauru recebeu a bordo quatro Guardas-Marinhas egressos, em janeiro daquele ano, da Escola Naval. Um deles, o carioca descendente de libaneses Alfredo Karam.
“O navio estava classificado como destróier de escolta”, lembrou Karam para o Poder Naval. “Fui designado Ajudante de Operações e nossa missão era, essencialmente, fazer a escolta de outros navios, protegendo-os dos ataques de submarinos. O comandante era o capitão de corveta Paulo Telles Bardy, oficial muito jovem mas de excelente formação, que era filho de Antônio Bardy, um nosso professor da Escola”.
O grupo da Escola foi completar a dotação de oficiais do navio, que era de 15 militares. Além desses, a embarcação era operada por 201 praças.
Curiosamente, mesmo transferido para o Brasil, o Bauru foi mantido na lista de meios da Esquadra dos Estados Unidos, sob o indicativo de casco Be4.
Somente a 20 de julho de 1953, com o término do empréstimo ajustado entre o Rio e Washington, o navio foi excluído da lista das unidades da Marinha dos Estados Unidos e repassado em definitivo para o Brasil, sob os termos do chamado Programa de Assistência Mútua.
A Esquadra brasileira manteve oito dessas embarcações (Bertioga, Beberibe, Bracuí, Bauru, Baependi, Benevente, Babitonga e Bocaina).
Em 1955, com a nova padronização dos indicativos de casco da MB, o Bauru teve seu indicativo alterado para D18.
A 25 de março de 1964 o Bauru cumpriu sua última comissão como Contratorpedeiro de Escolta.
Armamento
“O navio estava classificado como destróier de escolta”, lembrou Karam para o Poder Naval. “Fui designado Ajudante de Operações e nossa missão era, essencialmente, fazer a escolta de outros navios, protegendo-os dos ataques de submarinos. O comandante era o capitão de corveta Paulo Telles Bardy, oficial muito jovem mas de excelente formação, que era filho de Antônio Bardy, um nosso professor da Escola”.
O grupo da Escola foi completar a dotação de oficiais do navio, que era de 15 militares. Além desses, a embarcação era operada por 201 praças.
Curiosamente, mesmo transferido para o Brasil, o Bauru foi mantido na lista de meios da Esquadra dos Estados Unidos, sob o indicativo de casco Be4.
Somente a 20 de julho de 1953, com o término do empréstimo ajustado entre o Rio e Washington, o navio foi excluído da lista das unidades da Marinha dos Estados Unidos e repassado em definitivo para o Brasil, sob os termos do chamado Programa de Assistência Mútua.
A Esquadra brasileira manteve oito dessas embarcações (Bertioga, Beberibe, Bracuí, Bauru, Baependi, Benevente, Babitonga e Bocaina).
Em 1955, com a nova padronização dos indicativos de casco da MB, o Bauru teve seu indicativo alterado para D18.
A 25 de março de 1964 o Bauru cumpriu sua última comissão como Contratorpedeiro de Escolta.
Armamento
Remanejado, a 5 de junho, para o Esquadrão de Avisos Oceânicos, foi reclassificado como Aviso – basicamente um patrulheiro de alto mar – e perdeu todo o seu armamento antissubmarino. No costado passou a ostentar o indicativo U28.
O Bauru reclassificado como Aviso Oceânico |
Na tarde desta quinta haverá a leitura de um texto que irá descrever a história do Bauru, e um pronunciamento do almirante Karam, que versará sobre as suas lembranças do velho Be4.
Ao longo dos seus 37 anos, 6 meses e 16 dias no Serviço Ativo da Marinha, o Bauru percorreu 295.428,9 milhas náuticas, totalizando 1.423 dias de mar.
Após uma minuciosa reforma, realizada para lhe devolver o aspecto da década de 1940, durante a 2ª Guerra Mundial, o Navio-Museu Bauru foi inaugurado em 21 de julho de 1982, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
Em 20 de janeiro de 1996, as antigas Docas da Alfândega do Porto do Rio, passaram a sediar o Espaço Cultural da Marinha (entre a Candelária e a Praça XV) e o Bauru foi levado a esse seu novo porto-sede, onde se encontra até hoje.
Após sua Mostra de Desativação como Organização Militar, em 20 de outubro de 1998, o navio passou a constituir uma divisão integrada à estrutura orgânica do Serviço de Documentação da Marinha – dez anos mais tarde convertida em Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM).
*É jornalista graduado em Gestão e Planejamento de Defesa pelo Centro de Estudos de Defesa Hemisférica da Universidade de Defesa Nacional dos EUA. Especialista em diplomacia e assuntos militares da América do Sul. Autor de uma dezena de livros, entre eles “O código das profundezas”, sobre a atuação dos submarinos argentinos na Guerra das Malvinas e “As Garras do Cisne”, sobre os planos de reequipamento da Marinha do Brasil após a descoberta do Pré-Sal.
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