Tripulantes são liberados após Moscou advertir sobre conseqüências se cidadãos russos fossem 'tomados como reféns', mas embarcação permanece retida
Maria Tsvetkova e Pavel Polityuk | Reuters
KIEV - A Ucrânia apreendeu um petroleiro russo, nesta quinta-feira, por suposto envolvimento na captura de três navios da sua Marinha pela Rússia . Os tripulantes foram liberados após Moscou advertir que haveria conseqüências se cidadãos russos fossem "tomados como reféns", mas a embarcação permaneceu apreendida no porto de Izmail, no rio Danúbio, informou um porta-voz da embaixada russa em Kiev por telefone.
O petroleiro Nika Spirit, antes chamado Neyma, detido pelo serviço ucraniano de segurança no porto de Izmail Foto: HANDOUT / REUTERS 25-7-19 |
A apreensão ameaça atrapalhar negociações delicadas sobre uma possível troca de prisioneiros entre os dois países e acontece semanas depois que Volodymyr Zelenskiy , o novo presidente da Ucrânia, conversou pela primeira vez com o presidente russo, Vladimir Putin. O incidente também deve agravar as relações entre Kiev e Moscou, que permanecem contaminadas pela anexação da Península da Crimeia pela Rússia, em 2014, e pelo apoio russo a separatistas pró-Moscou no Leste da Ucrânia.
O gabinete do promotor ucraniano disse que dez tripulantes foram detidos para interrogatório, enquanto agências de notícias russas informaram que cerca de 15 russos estavam a bordo no momento da apreensão, incluindo um contra-almirante, dois vice-almirantes e um coronel-general.
"Prova material"
O serviço de segurança da Ucrânia alegou que o petroleiro, o Nika Spirit, costumava ser chamado de Neyma e teria participado do bloqueio da passagem de três navios ucranianos no estreito de Kerkh em novembro passado. De acordo com os serviços de segurança, a embarcação russa entrou na Ucrânia com seu novo nome, Nika Spirit, "para cobrir seu envolvimento em ações ilegais". O navio teria sido identificado a partir de seu número único na Organização Marítima Internacional (OMI).
A Rússia apreendeu os navios em 2018, depois de abrir fogo contra eles, e ainda mantém presos 24 marinheiros ucranianos que estavam a bordo na época, acusando-os de entrar ilegalmente em suas águas territoriais, uma acusação que eles negam.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou a Ucrânia que "em breve haverá consequências", enquanto o gabinete do presidente ucraniano e o Ministério das Relações Exteriores se recusaram a comentar. O serviço de segurança do país afirmou que “o navio é considerado uma prova material, e uma petição para um tribunal está sendo preparada".
Em Kiev, a ombudswoman da Ucrânia disse que as negociações sobre a libertação dos 24 marinheiros ucranianos detidos pela Rússia a partir do incidente de novembro se intensificaram depois que líderes russos e ucranianos conversaram por telefone no início deste mês.
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