Ministério da Justiça pediu documentos e depoimentos das autoridades espanholas. Informações servirão para embasar inquérito militar sobre sargento preso com 39 quilos da droga.
Por Camila Bomfim | TV Globo — Brasília
A pedido da Aeronáutica, o Ministério da Justiça solicitou cooperação jurídica internacional à Espanha no caso do sargento preso com 39 quilos de cocaína em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Sargento que levou cocaína em voo da FAB vai responder a dois inquéritos |
Na prática, é um pedido formal do Brasil às autoridades espanholas para ter acesso a depoimentos e provas colhidos na investigação aberta naquele país.
No fim do mês passado, o segundo sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, foi preso no aeroporto de Sevilha, na Espanha, com a droga na bagagem de mão que estava em um avião da FAB de apoio à comitiva presidencial. O avião fez uma escala na Espanha, antes de seguir para o Japão, onde o presidente Jair Bolsonaro, que viajou em outra aeronave, participou da cúpula do G20. Nesta quarta-feira, o ministro Augusto Heleno (Segurança Institucional) afirmou que outro episódio como esse "não acontecerá de novo".
O pedido de informações da investigação da Espanha tem por objetivo usar esses documentos no inquérito policial militar aberto assim que o sargento foi preso em Sevilha.
O pedido de cooperação internacional é formalizado pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça.
Ainda não há prazo para o envio de documentos ao Brasil, mas investigadores dizem que não deve demorar muito porque o inquérito sobre o caso na Espanha está avançado, entrando na fase final.
O militar responde a um segundo inquérito no Brasil, aberto pela Polícia Federal na semana passada. Nesse inquérito, o foco da PF é saber se alguém financiou o transporte da cocaína e se o sargento tem ligações com outras pessoas nesse crime.
No início do mês, a FAB fez buscas em um imóvel, no Distrito Federal, do segundo-sargento detido na Espanha carregando quase 40 quilos de cocaína.
A diligência no apartamento foi autorizada pela Justiça Militar. O resultado da operação está sob sigilo e, por isso, a instituição não informou se algo foi apreendido.
Militar da Aeronáutica, Manoel Silva Rodrigues tinha direito a um imóvel funcional no bairro Asa Sul, em Brasília, mas não morava no apartamento cedido pelo governo. Ele vivia em Taguatinga, a cerca de 30 quilômetros do centro da capital.
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, classificou o caso de "grave desvio de conduta inaceitável".
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