O senador norte-americano Lindsey Graham pediu ao ministro da Defesa da Turquia, a rogo do presidente Donald Trump, para não colocar os sistemas antiaéreos russos S-400 em serviço.
Sputnik
O senador declarou ter informado o ministro turco Mevlut Cavusoglu que os EUA não vão introduzir sanções se a Turquia cumprir o pedido. A diligência americana ocorre em meio à conclusão da primeira etapa de entrega dos sistemas russos S-400.
S-400 Triumph © Sputnik / Igor Zarembo |
"Eu estou estre aqueles que consideram que, se os S-400 não entrarem em serviço, não será necessário introduzir sanções. A minha esperança é persuadir a Turquia de não pôr os sistemas em serviço porque isso é tão disruptivo para o relacionamento! O meu apelo à Turquia foi este: vamos deixar os S-400 e começamos as negociações sobre o acordo de comércio livre", disse o senador estadunidense, citado pelo Defense One.
O senador também advertiu que, se a Turquia puser os sistemas de defesa aérea em serviço, as relações dos EUA com o seu aliado da OTAN, "tomarão um rumo muito sombrio".
Segundo um cientista político russo, Vladimir Shapovalov, entrevistado pelo serviço russo da Rádio Sputnik, a pressão de Washington sobre a Turquia vai continuar.
"No decorrer dessa história, os EUA têm feito uma forte pressão sobre a Turquia e essa pressão tem aumentado à medida que se aproximava a entrega dos S-400", afirma Shapovalov, vice-diretor do Instituto de Política e História da Universidade Estatal Pedagógica de Moscou.
Os EUA continuam essa campanha, mesmo sendo possível acabar a história e "se resignar ao fato de que a Turquia demonstrou liberdade da escolha e definiu que arma comprar", aponta o cientista político.
O fato de os EUA continuarem a pressão, Shapovalov chamou de conduta "absolutamente irracional", adicionando que essa situação pode arruinar ainda mais as relações já complicadas entre Washington e Ancara.
"Isso mostra que os políticos que governam atualmente em Washington são capazes deste comportamento irracional. É provável que este tema seja muito doloroso para os EUA, porque, sendo líderes no mercado de armamento, os EUA não agem de maneira a respeitar o mercado, impondo seus armamentos aos aliados e exigindo que eles comprem obrigatoriamente os armamentos norte-americanos".
Tal comportamento pode pôr em dúvida as relações de aliados entre os EUA e a Turquia, que neste momento estão em grave crise, concluiu o especialista.
As entregas dos sistemas antiaéreos russos para a Turquia começaram em 15 de julho e o último lote chegou ao país no dia 25 de julho.