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18 julho 2019

Argentina foi muito pressionada para declarar Hezbollah como terrorista, dizem especialistas

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, criou um registro de terroristas para poder incluir nele o grupo libanês Hezbollah, acusado do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina em 1994.


Sputnik

Essa lista foi criada durante a visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, à Argentina e por ocasião do 25º aniversário do atentado de 1994 em Buenos Aires.


© REUTERS / Agustin Marcarian

Segundo especialistas, na investigação inconclusiva do atentado ao edifício da Associação Mutual Israelita Argentina, em que as acusações têm caráter internacional, todas as pistas levam a obstáculos e pressões, em que estão envolvidos interesses locais e estrangeiros. Deste modo, a inclusão do Hezbolah na lista é uma concessão às exigências dos EUA.

"Passaram 25 anos, mas a influência da geopolítica na investigação do caso AMIA continua mais forte que nunca. Há uma pressão dos EUA para que a Argentina proclame o Hezbollah como terrorista", disse à Sputnik Raúl Kollmann, jornalista e especialista neste atentado, adicionando que o empréstimo de dinheiro à Argentina, que foi um recorde do Fundo Monetário Internacional, também teve um papel muito grande.

Antes de ser incluída na lista criada por Macri no dia 17 de julho, a organização Hezbollah até agora não era considerada terrorista pelas leis da Argentina porque não está incluída na lista relacionada da ONU e não foi objeto de condenações no país.

Investigação sem evidências

O Hezbollah e o governo do Irã foram acusados pelos procuradores e juízes de serem "autores intelectuais e materiais" do atentado. Essas acusações foram baseadas na informação fornecida pelos serviços de inteligência dos EUA e de Israel. Tanto o grupo libanês como o Irã negaram seu envolvimento no atentado.

As principais entidades israelenses locais apoiam essas acusações, embora grupos de familiares das vítimas e partes da comunidade duvidem que seja possível confiar na investigação e acham que há interesses geopolíticos envolvidos no assunto.

Ainda não se sabe tudo sobre os perpetradores e a chamada "conexão local", o que torna suspeitas as conclusões e a criação de um novo registro.

"A investigação nunca pôde descobrir questões elementares como de onde apareceu o explosivo, onde estava a caminhonete [usada como viatura armadilhada], se houve um suicida, que seria, como entrou no país, com que identidade, onde morava. Sabemos pouco ou nada sobre a mão de obra do atentado. Como podemos estar tão certos sobre a conexão internacional?", questiona Kollmann.

"Como não têm ninguém que tenha intervindo no atentado, então eles fazem uma hipótese internacional que se adapta à sua política internacional, não a fatos e evidências concretas", disse Kollmann, que comparou esta investigação com a que aconteceu após o ataque às Torres Gêmeas em 2001 nos EUA, quando a investigação começou com a identificação dos participantes da organização Al Qaeda, que por sua vez reivindicou a responsabilidade pelos ataques.

Após 25 anos de impunidade, o pior ataque à comunidade judaica após o Holocausto continua sem um julgamento confiável. Não há nenhum responsável, a investigação continua parada e as acusações estão mais carregadas com peso político que com evidências.



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