Os Estados Unidos têm como objetivo instigar o Irã a ações que possam ser aproveitadas como pretexto para um conflito militar, considera o cientista político.
Sputnik
Recentemente, foi noticiado que o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) derrubou um drone norte-americano RQ-4 Global Hawk que teria invadido o espaço aéreo do Irã, perto do estreito de Ormuz. Contudo, os EUA desmentiram que a sua aeronave tivesse feito isso.
© AP Photo/ Ebrahim Noroozi |
O cientista político Maksim Zharov opina, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, que os EUA tentam provocar o Irã para empreender ações que possam servir como pretexto para uma operação militar contra o país.
"A situação está chegando à incandescência. E o fato que o IRGC derrubou esse drone, em minha opinião, prova as notícias que circulam na mídia árabe que, na realidade, os petroleiros no golfo de Omã foram atacados por um drone americano", disse ele.
"Há mesmo fotos de certos mísseis que teriam atingido os petroleiros", acrescentou Maksim Zharov.
De acordo com ele, caso o Irã revele algumas evidências claras, esse pode provar que os EUA começaram a instigar o Irã diretamente, nem nas palavras.
"Como sabemos das declarações dos representantes do Pentágono, a guerra contra o Irã pode começar em caso de haver quaisquer baixas no exército norte-americano. Isto é, os americanos tentam provocar o Irã para empreender ações que sejam acompanhadas por baixas entre os americanos", disse o cientista político.
A situação política em Israel também pode desempenhar um papel considerável, opina Maksim Zharov.
"Atualmente, a política dos EUA no Oriente Médio está em impasse. Nós vemos que na Síria o plano americano para derrubar Bashar al-Assad, com ajuda de diferentes tipos de grupos terroristas, falhou de fato, a situação começou a se normalizar", disse ele.
Entretanto, o cientista político revela que há os problemas com o Irã e uma séria crise política em Israel. Ele acha que o aumento da tensão em torno do Irã pode ser relacionado com as eleições parlamentares antecipadas em Israel, onde o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguiu formar uma coalizão parlamentar e o governo.
"O aumento da tensão contra o Irã, um inimigo figadal de Israel, também é favorável para alguns políticos israelenses. Espero que um confronto militar não ocorra. Mas, infelizmente, os americanos se opõem decididamente ao atual regime político no Irã", concluiu Maksim Zharov.
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