Protestos nesta segunda-feira deixaram dezenas de mortos. País africano vive crise desde queda do último presidente.
Por G1
A junta militar atualmente no poder no Sudão anunciou nesta segunda-feira (3) – madrugada de terça no horário local – que vai cancelar todos os acordos com os líderes dos protestos que tomaram o país há meses. Além disso, o conselho afirmou que vai convocar novas eleições em até nove meses.
Manifestantes sudaneses utilizam pneus em chamas para erguer uma barricada durante protesto em Cartum, no Sudão, onde exigem que o Conselho de Transição Militar do país entregue o poder a civis — Foto: Reuters |
O líder do Conselho Militar de Transição, o general Abedel-Fattah Burhan, afirmou que as eleições terão supervisão internacional. O militar também disse que um novo governo interino será formado para preparar o pleito.
Horas antes, na capital Cartum, um protesto contra o conselho militar terminou com a morte de ao menos 35 pessoas, número divulgado pelo Comitê Central de Médicos do Sudão – que é favorável aos manifestantes. Ainda de acordo com o grupo, centenas de pessoas se feriram no confronto.
As lideranças oposicionistas e a Embaixada dos Estados Unidos no Sudão acusam as forças de segurança de terem iniciado o confronto. O Conselho Militar de Transição nega, mas Burhan manifestou pesar e ordenou uma investigação sobre os protestos.
Em 14 de maio, militares e manifestantes concordam em estabelecer um período de transição política no Sudão de três anos. Entretanto, o acordo não surtiu efeito, e as manifestações continuaram.
Crise no Sudão
Desde a queda do ex-presidente Omar Al-Bashir, em 11 de abril, o Sudão se vê em meio a uma crise para definir quem vai governar o país.
Mesmo depois da queda de al-Bashir, que ocupou o poder durante 30 anos, a mobilização no país continua: sudaneses foram às ruas da capital do país, Cartum, para denunciar a repressão e mortes após a queda do presidente. Eles querem que o governo seja assumido por um civil.
A chefia do país foi assumida por uma junta militar após a deposição de Bashir, mas, sob pressão popular, o chefe do governo de transição deixou o cargo dias depois.
Desde a noite de domingo, os manifestantes bloqueiam uma grande avenida de Cartum, após acusarem os militares de fechar a ponte que dá acesso ao QG do Exército.
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