Lutando pela Coalizão internacional liderada pelos EUA na Síria desde 2015, a Alemanha deixaria o país ainda neste ano. A imprensa alemã, porém, reportaram que os Estados Unidos estariam pressionando Berlim para adiar a saída e ajudar a assegurar uma zona segura no norte sírio.
Sputnik
Os EUA estão pressionando o governo alemão a estender sua missão da Força Aérea na Síria e no Iraque, esperando ajuda na proteção de soldados americanos na região, relata a revista Der Spiegel. De acordo com a revista alemã, Washington pediu a Berlim para não suspender o grupo de suas forças armadas contra o Daesh, insistindo que as capacidades de reconhecimento dos jatos Tornado alemães são urgentemente necessários no norte da Síria.
Eurofighter Typhoon © AP Photo / Martin Meissner |
O veículo cita uma carta confidencial enviada à Inspetoria das Forças Armadas Alemãs, datada de maio, na qual o comandante do Comando do Comando Central dos EUA, general Kenneth F. McKenzie, escreveu que os voos alemães de vigilância e reabastecimento tiveram um papel importante no enfraquecimento do Daesh. O general também elogiou o compromisso alemão, enfatizando a importância do reconhecimento tático.
"Para operações contínuas contra extremistas na região, as capacidades militares de todos os parceiros da Coalizão continuam sendo urgentemente necessárias. Eu, portanto, respeitosamente solicito seu apoio contínuo na provisão de voos de vigilância, reabastecimento aéreo e treinamento militar no Iraque", afirmou a carta do general, como citado pela revista.
O veículo contou que a mensagem coloca o governo alemão sob enorme pressão para estender o mandato da missão alemã chamada "Camp Sonic" na base da Força Aérea da Jordânia, que começou em 2015 e deveria expirar em outubro de 2019.
Conversas secretas entre a Alemanha e os EUA já duram meses. Berlim supostamente sinalizou que estaria preparada para tomar parte na garantia de uma zona segura no norte da Síria, já que o Gabinete do Chanceler, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa concordaram que os EUA não deveriam ser alienados sobre a questão da Síria.
O ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, endossou publicamente a ideia de uma extensão.
"Todo o resto terá de ser discutido e decidido no Bundestag [Parlamento alemão] no momento oportuno. Saudamos sinceramente o fato de os Estados Unidos terem decidido manter sua presença no local", disse o diplomata, que visitou a base aérea na Jordânia na sexta-feira depois de se encontrar com o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
Embora um consenso possa ter sido alcançado durante negociações internacionais, a permanência pode enfrentar obstáculos dentro da Alemanha, nomeadamente do próprio partido de Maas e parceiro de coligação da União Democrata Cristã de Angela Merkel, os Social Democratas. Quando estendeu o mandato em 2018, a coalizão concordou que a missão da Jordânia terminasse no máximo até 2019. O líder interino do SPD, Rolf Muetzenich, enfatizou recentemente que seu partido é contra uma extensão.
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