Reportagem do 'New York Times' revelou descoberta dos mísseis de fabricação norte-americana por forças pró-governo líbio.
France Presse
Os Estados Unidos informaram neste sábado (29) que analisam informações sobre mísseis norte-americanos encontrados na Líbia. O armamento foi localizado por forças leais ao governo de unidade líbio após tomada de uma base rebelde.
Mísseis dos EUA encontrados em base rebelde na Líbia — Foto: AFP |
O jornal "The New York Times" reportou a descoberta de quatro mísseis Javelin, de fabricação norte-americana, em uma base sob o comando de Khalifa Haftar. Há meses, a estação lançou uma ofensiva contra o governo internacionalmente reconhecido da Líbia, com sede em Trípoli.
"Levamos muito a sério todas as acusações de uso indevido de artigos de defesa de origem americana. Somos conscientes destes informes e estamos procurando informação adicional", disse um porta-voz do Departamento de Estado, sob a condição de ter a identidade preservada.
Marcas encontradas em mísseis provariam que o armamento localizado na Líbia tem origem nos EUA — Foto: AFP |
"Esperamos que todos os destinatários da equipe de defesa de origem americana cumpram com as suas obrigações", acrescentou.
Os mísseis foram descobertos aparentemente no começo desta semana, quando forças leais ao Governo do Acordo Nacional (GNA) recapturaram a estratégica cidade de Garian em um ataque surpresa.
Em Trípoli, o GNA mostrou neste sábado a jornalistas três mísseis Javelin e sete peças de artilharia chinesas Norinco GP6, que assegura ter encontrado na base das tropas de Haftar.
Suspeita de violação de embargo
O "New York Times" noticiou que as marcas nos mísseis indicavam que tinham sido vendidos em 2008 aos Emirados Árabes Unidos, um aliado de Washington.
Forças leais ao governo estabelecido na Líbia mostram mísseis norte-americanos capturados em base — Foto: AFP |
Se os mísseis fossem comercializados ou entregues a Haftar, estariam sendo violados os termos do embargo de venda de armas à Líbia, disposto pela ONU, destaca o texto.
Emirados Árabes Unidos, Egito e Arábia Saudita são considerados aliados de Haftar. Segundo o jornal, também foram encontrados drones de ataque de fabricação chinesa.
O funcionário do Departamento de Estado disse que Washington apoia os esforços do enviado especial da ONU à Líbia, Ghassan Salame, "para ajudar a evitar uma escalada maior e traçar um caminho que proporcione segurança e prosperidade para todos os líbios".
"Fazemos um apelo a todas as partes para que retornem rapidamente à mediação política da ONU, cujo êxito depende de um cessar-fogo dentro e ao redor de Trípoli", acrescentou o funcionário norte-americano.
Centenas de pessoas morreram e dezenas de milhares foram deslocadas na ofensiva de Haftar, enquanto os esforços diplomáticos para reativar as negociações políticas fracassaram.
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