Em sete de março de 2019 este articulista recebeu “dica” de uma fonte na Base Aérea de Canoas (RS) sobre um teste “secreto” realizado naquela OM visando o desenvolvimento de uma nova arma estratégica brasileira.
Roberto Caiafa | Tecnologia e Defesa
Naquele dia aconteceu o teste do novíssimo míssil de cruzeiro da Avibras, o AV-MTC, em sua versão ar-terra (lançada do ar), instalado no center line (cabide central) de uma caça Northrop F-5EM Tiger II da Força Aérea Brasileira, lotado no Esquadrão Pampa (1º/14º GAV).Antiga configuração do míssil, já modificada.
O míssil AV-MTC na sua versão aerolançável: poder estratégico incomparável. |
Na ocasião, este articulista enviou questionamento a Força Aérea Brasileira por e-mail, que ficou sem resposta, ao menos com relação as nossas perguntas, pois no mesmo dia a Força emitiu uma comunicação interna recomendando reforço nas medidas restritivas para pessoas estranhas ao serviço nos pátios operacionais das bases aéreas, realizando fotos.
Este articulista recebeu este documento de outra fonte dentro da FAB, comprovando que a dica da fonte na base aérea era verdadeira.
No entanto, a fonte original, por receio de ter algum problema com a FAB, não enviou as fotos que obteve do míssil de manejo (mock-up), pintado em cor laranja e denominado CAES 06.
Mas jornalistas não desistem.
No dia sete de maio, o Ministério da Defesa publicou um vídeo no youtube sobre os primeiros 100 dias de Governo, com relação a Defesa do Brasil.
Aos cinco minutos e cinco segundos, lá está, nítida e cristalina, a foto do AV-MTC ar-terra aerolançável, sendo instalado no cabide central do F-5EM do Pampa.
Letalidade Aumentada
O AV-MTC lançado do ar se converte em formidável ameaça continental, já que a aeronave lançadora pode voar até a fronteira de um País “inimigo”, realizar uma penetração supersônica de curto alcance (arrancada), e lançar o míssil de grande altitude, o que amplia seu alcance exponencialmente.
O míssil tem um padrão de voo a cerca de 200 metros de alturau menos, usando os contornos do terreno para mascarar sua rota e assim dificultar sobremaneira sua derrubada pela AAAe inimiga.
Lançado do ar, um ataque pode vir de diversas direções, em ondas de saturação, destruindo alvos estratégicos como refinarias de petróleo, estações geradoras/retransmissoras de energia elétrica, centrais de comunicações, usinas de tratamento de água, pátios logísticos, entroncamentos ferroviários, concentrações de veículos e tropas antes de serem mobilizadas, e claro, unidades capitais e integrantes do Governo e Cúpula Militar inimigas.
O AV-MTC pode cumprir todas estas missões, e muitas outras, lançado pelos Astros 2020, em sua versão terrestre, ou na sua modalidade aerolançável, sendo integrado ao F-5EM/FM, A-1 AMX e futuramente, Gripen E/F.
Não se sabe quando os testes em voo serão realizados, mas é razoável supor que antes de 2020 nenhum disparo deverá acontecer.
O teste realizado em Canoas verificou a compatibilidade aerodinâmica da instalação, e sua viabilidade com relação aos engates, conexões e reserva de energia para possibilitar a “conversa” entre o computador do míssil e sistema de navegação do caça, antes do disparo.
Mais detalhes deverão aparecer em breve, e assim que a redação os receber serão publicados.