O presidente dos EUA Donald Trump parece contradizer as declarações de seus altos funcionários sobre o "envolvimento" russo na Venezuela após uma conversa telefônica com o presidente russo Vladimir Putin realizada em 3 de maio.
Sputnik
"Conversamos sobre muitas coisas. A Venezuela foi um dos temas. E ele [Vladimir Putin] não tem interesse de modo algum em se envolver na Venezuela, além de querer ver algo positivo acontecer com a Venezuela. E eu sinto o mesmo", disse Trump falando com jornalistas em Washington na sexta-feira (3) durante uma reunião com o primeiro-ministro eslovaco.
Donald Trump e Vladimir Putin © Sputnik / Aleksei Nikolsky |
Segundo Trump, os EUA queriam ajudar a Venezuela “em uma base humanitária", inclusive com a entrega de alimentos e água para a população "faminta" do país. "Acho que tive uma conversa muito positiva com o presidente Putin sobre a Venezuela", disse Trump.
As declarações de Trump parecem estar em desacordo com as alegações anteriores de vários de seus principais funcionários, incluindo o secretário de Estado Mike Pompeo e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, sobre a alegada "interferência" russa na Venezuela.
Durante uma prolongada conversa telefônica nesta sexta-feira (3), presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega russo, Vladimir Putin, discutiram a situação na Venezuela, informou a Casa Branca.
Na quarta-feira (1), Pompeo falou por telefone com o chanceler russo, Sergei Lavrov, tendo dito que a Rússia não deveria "interferir" no país latino-americano. Lavrov chamou as acusações de envolvimento russo nos assuntos venezuelanos de "bastante surrealistas" e disse que a "posição de princípio" da Rússia era "nunca interferir nos assuntos dos outros países".
Bolton, por sua vez, avisou os países "de fora do Hemisfério Ocidental" para que não instalem forças militares na Venezuela e confirmou que a Doutrina Monroe, adotada por Washington no final do século XIX, continua a ser seguida pelos dirigentes do seu país.
A crise na Venezuela se agravou em 30 de abril, quando o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país, lançou a chamada Operação Liberdade para retirar Nicolás Maduro do poder. Em um vídeo publicado no Twitter, Guaidó aparece ao lado de militares e do líder oposicionista Leopoldo López, que estava preso desde 2014 e foi libertado pelos rebeldes, na base aérea de La Carlota, em Caracas. Guaidó pediu uma "luta não violenta", disse ter os militares do seu lado e afirmou que "o momento é agora".
Segundo o ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López, as Forças Armadas da Venezuela continuam sendo completamente fiéis às autoridades legítimas.
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