O Government Accountability Office (GAO), órgão associado ao Congresso dos Estados Unidos e equivalente ao Tribunal de Contas da União (TCU) aqui do Brasil, divulgou relatórios recentes sobre o programa do caça F-35 no final do mês de abril. Os relatórios abordam novos problemas do programa. Um deles diz respeito ao canopi (cobertura da cabine do piloto).
Por Guilherme Poggio | Poder Aéreo
Segundo relatório GAO-19-341, publicado em 29 de abril, a frota de caças F-35 (todos os modelos) experimentou aproximadamente 20 incidentes relacionados ao processo de delaminação do revestimento especial do canopi depois de menos de 100 horas de voo.
F-35A Lightning II |
O processo de delaminação ocorre quanto as diferentes lâminas que compõem o revestimento especial do canopi acabam se descolando umas das outras e assim gerando bolhas de ar na cobertura transparente.
Cabe destacar que o revestimento especial é responsável pela furtividade do canopi. Em geral a transparência do canopi permite que a energia dos radares atravessem o mesmo e reflitam nos diversos componentes do cockpit como o capacete do piloto, o assento ejetável e a cobertura do painel (itens que aparecem na foto do início desta matéria). Uma das formas de tornar o canopi furtivo é cobri-lo com um material especial que o transforma numa extensão da fuselagem.
De acordo com o relatório o fabricante deste componente da aeronave estava testando diversas soluções para o problema e esperava-se que os mesmos fossem encerrados em janeiro deste ano (mesmo datado de abril o relatório na divulgou os resultados destes testes).
Outro documento produzido pelo GAO (GAO-19-321) informa que o contratado não conseguiu produzir um número necessário de unidades para atender à demanda. No momento o programa procura por fabricantes adicionais e estuda modificações no projeto do mesmo.
Além da delaminação os canopis dos F-35 também enfrentam problemas de corrosão. Esta corrosão é causada pela umidade que se instala em pequenas fissuras que surgem por problemas de variação de pressão associada à baixa adesividade do material que faz a união entre a parte transparente com as demais partes.
Até o momento o programa identificou a necessidade de modificar 173 canopis ao longo de quatro anos. O contratado desta peça começou a introduzir novos materiais na linha de produção e criou procedimentos padronizados de reparo para mitigar o problema.
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