Ao menos três israelenses e 15 palestinos morrem vítimas de foguetes provenientes da Faixa de Gaza e ações de retaliação do Exército israelense. Entre os mortos, estão um bebê e sua mãe grávida.
Deutsch Welle
A tensão entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza continuou a aumentar na manhã deste domingo (05/05). Combatentes palestinos lançaram, até o momento, pelo menos 600 foguetes contra Israel, que reagiu com vários contra-ataques.
Ataque israelense destruiu prédio onde se localizava escritório de agência de notícias turca Anadolu |
Segundo as autoridades israelenses, os disparos provenientes da Faixa de Gaza deixaram três mortos no lado israelense entre sábado e domingo, enquanto os palestinos contabilizaram 15 mortos pela retaliação de Israel.
Essa escalada já havia começado na sexta-feira, quando dois soldados israelenses ficaram feridos por disparos efetuados a partir de Gaza. As Forças de Defesa de Israel reagiram com vários ataques contra a Faixa de Gaza.
Segundo militares israelenses, tanques e aviões atacaram por volta de 220 alvos no enclave palestino, entre eles, um túnel da milícia radical Jihad Islâmica que ia de Gaza a Israel.
O ataque aéreo israelense matou dois militantes do grupo islâmico Hamas, que domina Gaza. Outros dois palestinos que estavam protestando perto da fronteira também foram mortos por forças israelenses.
Além de dezenas de feridos, também morreram um bebê e sua mãe grávida, disseram os palestinos. O Exército de Israel afirmou neste domingo, no entanto, que bebê e mãe palestinos faleceram no sábado na Faixa de Gaza em consequência de um foguete do movimento islâmico Hamas e não de bombardeios de represália israelenses.
"Baseado numa avaliação de inteligência, podemos confirmar que morreram por causa de um foguete do Hamas", informou um porta-voz do Exército de Israel.
O Hamas negou a informação, e segundo o chefe de emergência do hospital de Shifa, neste sábado, foram recebidos os corpos de uma criança de 14 meses e de sua mãe grávida ferida, que mais tarde morreu devido aos estilhaços de um míssil que caiu perto de sua casa.
Um dos outros mortos no lado palestino é Hamed Ahmed Abed Khudri, que segundo Israel era um comandante do Hamas responsável pela transferência de fundos do Irã para facções armadas em Gaza. Ele foi morto em uma ação que os militares israelenses descreveram como um ataque direcionado.
Pelo lado israelense, um homem de 60 anos morreu no hospital devido a ferimentos causados por um foguete que caiu na cidade de Ashkelon. Neste domingo, os israelenses contabilizaram mais duas mortes.
No sábado, uma mulher israelense de 50 anos ficou gravemente ferida e, durante a madrugada, várias pessoas sofreram ferimentos em Ashkelon e na área de Lakiya, devido ao contínuo lançamento de projéteis a partir do território palestino.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, tenente-coronel Jonathan Conricus, disse que o homem de 60 anos que morreu pelo impacto de um foguete é a primeira morte de um civil israelense desde 2014, já que a vítima de uma das escaladas de violência do ano passado era um palestino que vivia em Israel.
A Jihad Islâmica disse que entre os palestinos mortos estão também dois de seus membros. O grupo assumiu ter praticado parte dos ataques de foguetes contra Israel e anunciou estar pronto para novas investidas.
O braço armado do grupo divulgou um vídeo mostrando combatentes islâmicos com foguetes. Eles ameaçaram atacar importantes alvos israelenses, incluindo o Aeroporto Internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv.
Em Gaza, de acordo com moradores, dois prédios de vários andares foram destruídos. Segundo fontes israelenses, um dos prédios abrigava escritórios dos serviços de inteligência e segurança militar do Hamas.
Os moradores confirmaram que o escritório da agência estatal de notícias da Turquia Anadolu estava localizado num dos prédios destruídos. Pelo Twitter, o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou "duramente o ataque de Israel contra o escritório da agência Anadolu em Gaza ".
Anadolu informou que o prédio foi destruído por cinco projéteis da Força Aérea israelense. A agência de notícias publicou um vídeo mostrando os entulhos de um prédio em ruínas. Os funcionários de Anadolu foram levados em segurança após um tiro de advertência pouco antes do bombardeio. Ninguém ficou ferido.
A resposta israelense também deve gerar novos atritos diplomáticos com a Turquia. O ministro das Relações Exteriores da Turquia foi ao Twitter denunciar o ataque. "É um novo exemplo da agressão sem limites de Israel. A violência israelense indiscriminada contra as pessoas é um crime contra a humanidade”, disse Mevlüt Cavusoglu.
Diante da escalada do conflito, o governo dos EUA ficou do lado de Israel. "Estamos com Israel e apoiamos seu direito de autodefesa contra esses ataques vis", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, no sábado.
Representantes do Egito e das Nações Unidas tentaram acalmar a situação, a União Europeia pediu o fim imediato dos ataques com foguetes da Faixa de Gaza.
Neste domingo, o primeiro-ministro e titular de Defesa de Israel, Benjamin Netanyahu, deu instruções ao Exército para continuar a operação contra o lançamento em massa de projéteis por parte de combatentes palestinos a partir da Faixa de Gaza e reforçar as tropas na região de fronteira.
"Ordenei que continuem os ataques maciços contra alvos terroristas em Gaza e o reforço das tropas de blindados, artilharia e infantaria em torno da Faixa", declarou o chefe de governo.
O primeiro-ministro israelense pediu aos residentes de Israel que sigam as instruções de segurança, como ficar perto dos refúgios antiaéreos e afirmou estar trabalhando "para restaurar a paz e a segurança para os moradores do sul".
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