A chamada 'Montanha do Diabo' é um dos lugares mais altos da cidade e virou uma galeria de arte de rua.
Por Manuela Aragão | TV Globo — Berlim
A Teufelsberg ou, em português, Montanha do Diabo, é um local em Berlim conhecido como uma galeria aberta de arte de rua, mas, no passado, já serviu como escola militar para o governo nazista de Adolf Hitler, virou depósito de escombros da 2ª Guerra Mundial e foi uma base de espionagem americana durante a Guerra Fria.
A 'Montanha do Diabo', em Berlim, surgiu com o depósito de milhões de toneladas de escombros da 2.ª Guerra Mundial, e hoje é ponto turístico — Foto: Rafael Crespo/Arquivo Pessoal |
Em 1940, o governo nazista da Alemanha criou uma escola militar para os soldados no local. Com o fim da 2.ª Guerra e com a derrota de Hitler, Berlim foi dividida em quatro partes – os setores americano, britânico, francês e soviético. A escola militar ficou do lado britânico e acabou implodida.
Nesse período, um terço dos edifícios de Berlim estava destruído por causa da guerra. Então os governos aliados decidiram levar 26 milhões de metros cúbicos de entulho para esse local. A montanha de escombros se tornou um dos pontos mais altos de Berlim.
EUA e Inglaterra resolveram então construir ali pontos de espionagem para observador a Alemanha Oriental, controlada pela União Soviética. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, a Teufelsberg perdeu mais uma vez sua função e foi abandonada.
Em meio ao escombros cresceu muita vegetação e o local se tornou um parque. Os artistas de rua passaram a utilizar o local para grafites. A montanha foi tombada no ano passado, afastando assim qualquer hipótese de empreendimento imobiliário no local.
Hoje, turistas de vários nacionalidades vão a Berlim para conhecer a história da montanha. O argentino Maximilliano Monti diz que o lugar encanta porque combina várias coisas. “É um parque lindo, mas quando a gente começa a ler percebe que é mais que isso. São escombros do passado de Berlim. As torres abandonadas de espionagem, se misturam à natureza do bosque, um pouco do turismo, da arte dos grafites em uma impressão um pouco fantasmagórica”.
Para ele o lugar reflete além da historia de cidade, um pouco do que Berlim é hoje – uma cidade unificada recentemente e ainda construindo uma identidade.
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