Durante ataque grandioso das Forças Especiais do Reino Unido às ilhas norueguesas de Lofoten em 4 março de 1941, um esconderijo de documentos nazistas secretos foi apreendido.
Sputnik
Uma cópia rara desses relatórios, que foram recentemente descobertos nos arquivos da Biblioteca Nacional de Israel (NLI), lançou mais luz sobre a vida dos nazistas na Noruega ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, escreveu Shai Ben-Ari em artigo publicado no jornal Haaretz.
Cópia da primeira página da carta do general Nikolaus von Falkenhorst às tropas, que está no livreto publicado pelo governo britânico © FOTO : GOVERNO BRITÂNICO / BIBLIOTECA NACIONAL DE ISRAEL |
Nos documentos também foram encontradas instruções de oficiais alemães de alta patente envolvidos na ocupação nazi da Noruega.
"As ordens publicadas na caderneta […] constituem essencialmente um breve e prático manual sobre como assumir um país democrático e reprimir a população", sublinhou o autor do artigo.
Depois de descobertos, os registros foram traduzidos e publicados pelo governo britânico em forma de livreto, sendo que uma dessas cópias, encontrada pela biblioteca israelense, possuía os documentos originais em alemão.
Cópia de um documento alemão que detalha como a imprensa norueguesa deveria agir sob a ocupação nazista © FOTO : BIBLIOTECA NACIONAL DE ISRAEL |
Um dos papéis citou o general Nikolaus von Falkenhorst, comandante das forças alemãs na Noruega, dizendo que era necessário reprimir a população local se houvesse uma "ameaça contra as tropas ou a propriedade do exército".
"A força militar deve ser posta em ação em toda a sua severidade […], onde a ação é tomada, deve ser impiedosa e empregar as medidas mais severas", escreve o documento.
Outra descrição destaca exemplos de vários "delitos" possíveis por parte da população local e a possível resposta dos soldados alemães, especificando que se um militar for insultado ou espancado "porque é alemão", o culpado deve ser detido pela Wehrmacht (conjunto de forças armadas da Alemanha durante o Terceiro Reich) se "for pego em flagrante". A mesma medida se aplicava aos "videntes ou membros de seitas" que fizessem declarações públicas depreciativas da Alemanha e de Adolf Hitler.
Ben-Ari explica que a menor das suspeitas já era suficiente para atrair a atenção da Polícia de Segurança, também conhecida como Gestapo. Além disso, um trabalho meticuloso era prestado à imprensa norueguesa local, que foi ordenada a "publicar apenas as notícias destinadas a promover, ou pelo menos não impedir, a política do Reich alemão".
A ocupação alemã da Noruega durante a segunda Guerra Mundial, que teve início após a invasão nazista ao país escandinavo no dia 9 de abril de 1940, terminando em 9 de maio de 1945, com a rendição incondicional das forças nazistas.
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