O projeto MFT–LF da Embraer nos anos 1980 foi pensado como um caça acessível e avião de treino avançado que poderia ter sido bem sucedido.
Sputnik
Atualmente envolvida na fabricação do Gripen F, um caça de dois lugares, em parceria com a empresa sueca Saab, a Embraer está prestes a iniciar seu primeiro projeto supersônico. Contudo, a empresa esteve perto de fabricar seu próprio caça supersônico nos anos 80.
Embraer MFT-LF | Ricardo Meier/KAI |
Isso ocorreu em uma época em que a empresa pertencia ao governo brasileiro. A empresa começou tais projetos no início dos anos 70, quando fabricou o Bandeirante para a Força Aérea Brasileira (FAB), aeronave que, posteriormente, foi utilizada em diversos outros países, conforme o portal AIRWAY1.
Na época, a Embraer também produziu o AMX, uma aeronave de ataque subsônica desenvolvida em parceria com as empresas italianas Aeritalia e Aermacchi. Com isso, a empresa brasileira começou a considerar a produção de um caça multifuncional supersônico, que também serviria para o treinamento avançado.
A ideia era fornecer à Força Aérea uma aeronave moderna que pudesse substituir os jatos EMB-326 Xavante e o F-5 Tiger II.
O avião em questão, um projeto da Embraer nos anos 80, era o MFT-LF, sigla para MultiFunctional Tatical – Light Fighter, ou seja, era um caça leve tático multifuncional.
A ideia era construir um caça leve com velocidade máxima de Mach 1.7, contando com um motor Rolls Royce Snecma MH45 de 3.500 kg de empuxo com pós-combustão.
O MFT-LF teria 11,25 metros de comprimento, envergadura de asas de 8,7 metros e 4,03 metros de altura, possuindo praticamente o mesmo tamanho do caça F-5.
Foram divulgados poucos detalhes sobre o projeto, contudo, dois documentos revelados na época indicaram alguns pontos do projeto da Embraer, que era bastante convencional, contando com entradas de ar retangulares nas laterais da fuselagem, asas mais altas, e estabilizadores horizontais.
De modo geral, a aeronave era em parte semelhante ao caça F-16 e ao Tornado. Contava com um canopy (capota) com um ou dois arcos, esse último na versão de dois lugares, destinada ao treinamento e possivelmente à guerra eletrônica.
Diante do fracasso das vendas da AMX, o futuro do projeto MFT-LF não estava claro. O próprio governo brasileiro condicionou o apoio ao programa à busca de parceiros em outros países para dividir os custos do projeto. No entanto, o mundo estava vivendo o fim da Guerra Fria e algumas ameaças deixaram de existir.
Devido aos problemas enfrentados, a FAB cogitou obter os caças chineses J-7, entretanto, obteve um novo lote de caças usados F-5 dos EUA, resultando no adiamento da questão do novo caça.
Por fim, a Embraer abandonou seu projeto de caça supersônico e somente agora aceitou o desafio em parceria com a Gripen, que foi selecionada para reequipar a FAB.
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