O Governo da Ucrânia pediu neste sábado aos Estados Unidos uma maior presença da Marinha americana no Mar Negro a fim de conter a ameaça que a Rússia representa.
EFE
Kiev - "O reforço da presença militar da Otan na região do Mar Negro pode ajudar a conter a agressão da Rússia", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Ivanna Klimpush-Tsintsadze, segundo informam veículos de imprensa locais.
Foto de arquivo de Petro Poroshenko, presidente ucraniano. EFE/ Sergey Dolzhenko |
A funcionária ucraniana fez esta afirmação ao receber em Kiev a assessora presidencial americana, Fionna Miller, especialista na Rússia e na Ásia Central.
Klimpush-Tsintsadze ressaltou que "a liderança dos EUA" no Mar Negro é "extremamente importante" e que Kiev espera que Washington conceda a maior das atenções à situação nos mares Negro e Azov, que banham a península da Crimeia.
Concretamente, advogou por restabelecer "urgentemente" a comissão Ucrânia-Otan em nível de ministros que a Hungria, um dos principais aliados do Kremlin na União Europeia, bloqueia há anos.
Recentemente, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, visitou o destróier americano "Donald Cook", equipado com mísseis de cruzeiro Tomahawk, quando este atracou em Odessa, o porto ucraniano mais importante no Mar Negro.
Poroshenko se reuniu a bordo do Donald "Cook" com o enviado especial do Departamento de Estado americano para a Ucrânia, Kurt Volker, encontro que qualificou de "simbólico".
"Esta também é um importante sinal para o Kremlin: primeiro, porque a Crimeia é ucraniana; segundo, porque a liberdade de navegação na região será garantida, e terceiro, porque a associação ucraniano-americana é sólida e cooperamos de maneira efetiva em todas as esferas, incluída a militar", comentou.
Enquanto isso, Volker condenou o ataque russo contra três navios ucranianos no Estreito de Kerch e exigiu a imediata libertação de sua tripulação, em alusão aos 24 marinheiros presos em novembro no incidente naval entre a Rússia e a Ucrânia no Mar Negro.
As tensões no litoral da Crimeia dispararam em 25 de novembro, quando três navios ucranianos foram detidos pela Guarda Costeira russa por supostamente violar as águas territoriais, após o que Kiev acusou Moscou de "agressão" e declarou estado de exceção em dez regiões do país.
Em meio a uma condenação internacional unânime, o líder russo, Vladimir Putin, defendeu o uso da força contra os navios - a Guarda Costeira russa abriu fogo - e seus 24 tripulantes, que cumprirão prisão preventiva até abril.