O governo da Síria atacou o senador americano Lindsey Graham, que havia afirmado que as Colinas de Golã devem permanecer como território de Israel.
Sputnik
"Estas declarações [do senador Lindsey Graham] mostram a mentalidade arrogante da administração dos EUA, e que ela vê as questões regionais com os olhos dos sionistas de uma forma que serve aos interesses israelenses", disse a agência de notícias SANA citando um responsável oficial anônimo no Ministério das Relações Exteriores da Síria.
Militares israelenses em Golã © AFP 2018 / JALAA MAREY |
O funcionário da chancelaria síria continuou afirmando que os comentários do senador mostram sua ignorância em história e geografia, bem como demonstram o desrespeito de Washington pelo direito internacional.
"Todas as resoluções das Nações Unidas — particularmente a Resolução 497 do Conselho de Segurança, adotada por unanimidade em 17 de dezembro de 1981 — confirmam o estatuto legal dos Golã sírios como território ocupado e declaram a sua anexação por Israel como nula e sem efeito", acrescentou o informador.
A resposta veio após os comentários de Graham, que disse na segunda-feira (10), durante um tour pela região disputada, ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e ao embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, que vai pressionar os EUA para eles reconheçam formalmente as Colinas de Golã como parte de Israel.
Em fevereiro, os senadores republicanos norte-americanos Ted Cruz e Tom Cotton, juntamente com o deputado Mike Gallagher, apresentaram uma resolução para "garantir que Israel mantenha o controle das Colinas de Golã".
Em dezembro de 2018, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução declarando a decisão de Israel de estender a sua legislação sobre Golã como nula e sem efeito, e instando o Estado judeu a se retirar do território.
As Colinas de Golã foram tomadas da vizinha Síria por Israel após a Guerra dos Seis Dias de 1967, mas foi em 1981 que Tel Aviv aprovou formalmente a legislação anexando a área. A decisão foi criticada pelas Nações Unidas como ilegal e os EUA também se recusaram a reconhecê-la.