As ameaças do governo dos EUA contra a petroleira russa Rosneft, por colaborar com a Venezuela, foram questionadas pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Sputnik
A entidade afirmou que estas ameaças não fazem sentido, pois a empresa já é alvo de sanções dos EUA desde 2014 e, não obstante, continua trabalhando com sucesso.
© AP Photo / Rosneft press service |
"As ameaças feitas pelo secretário de Estado dos EUA à corporação Rosneft por sua cooperação com a Venezuela não fazem sentido. Ela [a empresa] já está sujeita a sanções desde 2014, mas continua a funcionar com êxito. Por outro lado, seus antigos parceiros americanos, que foram forçados por Washington a virar as costas à cooperação, sofreram grandes perdas", disse a chancelaria russa em comunicado.
A resposta do ministério russo veio após as declarações do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo que, na terça-feira (12), acusou a administração da Rosneft de comprar petróleo à empresa estatal petrolífera PDVSA, da Venezuela, contornando as sanções estabelecidas por Washington.
Moscou pediu que Washington reconsiderasse sua política de sanções e se unisse aos esforços conjuntos para resolver a crise na Venezuela.
A Rosneft respondeu às declarações de Pompeo, classificando-as de infundadas, subjetivas e tendenciosas.
"A Rosneft não está envolvida em política, mas apenas em atividades comerciais em benefício de todos os seus acionistas. As atividades da Rosneft na Venezuela estão relacionadas à implementação de projetos de produção e fornecimento de petróleo e são realizadas de acordo com o direito internacional e os contratos de mercado vigentes, celebrados muito antes da imposição de sanções unilaterais pelos EUA", diz a declaração.
Além disso, Moscou observou que Washington decidiu recorrer novamente às sanções, desta vez incluindo na "lista negra" o banco russo Eurofinance Mosnarbank, que deu ao governo venezuelano a oportunidade de trabalhar normalmente com parceiros estrangeiros.
Washington adicionou o banco russo à lista de sanções, supostamente por sua conexão com a petrolífera estatal venezuelana PDVSA.
"Não vamos falar sobre a eficácia da proibição americana de transações em dólares deste banco — muito já foi dito sobre os escassos resultados das numerosas restrições decretadas contra a Rússia […] Washington está cada vez mais convencendo a comunidade internacional da falta de confiabilidade do dólar, levando a abandonar o seu uso", ressaltou a chancelaria.
Em 28 de janeiro, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções à PDVSA, envolvendo o congelamento de US$ 7 bilhões e o bloqueio de todos os pagamentos feitos por empresas norte-americanas que compram petróleo venezuelano.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, estimou que a Venezuela perderia US$ 11 bilhões anuais em receitas de exportação de petróleo por causa dessas sanções.