O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira durante uma visita ao Catar que o conselheiro de Segurança Nacional da Presidência dos Estados Unidos, John Bolton, "insultou toda a América Latina" ao mencionar a Doutrina Monroe em relação à Venezuela.
EFE
Doha - Lavrov qualificou de "arrogantes" as declarações de Bolton feitas ontem, nas quais o diplomata americano garantiu que Washington "não tem medo de usar a expressão 'Doutrina Monroe'", que é associada na América Latina com a história imperialista dos Estados Unidos na região.
John Bolton em foto de janeiro. EFE/ Shawn Thew |
"Parto do princípio de que essas declarações arrogantes de John Bolton vão provocar reações nos países latino-americanos, porque ele mencionou a aplicação da Doutrina Monroe em relação à Venezuela, mas insultou toda a América Latina", disse Lavrov em entrevista coletiva em Doha.
O ministro russo comentou que, desde a fundação da ONU em 1945, "a teoria e a prática dos 'quintais' (áreas de influência) é insultante".
Em entrevista à emissora "CNN", Bolton afirmou ontem que os EUA querem formar uma coalizão internacional "ampla" para substituir o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Bolton também advertiu Maduro que, se ele prender o presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela Juan Guaidó - que se autoproclamou presidente interino do país - em seu retorno ao território venezuelano, só vai acelerar o dia de sua própria queda.
Guaidó anunciou que voltará à Venezuela nesta segunda-feira após um giro por cinco países latino-americanos, que o levou a Argentina, Paraguai, Colômbia, Brasil e Equador, em busca de apoio político.
A Justiça venezuelana proibiu Guaidó de sair do território do país enquanto correm as investigações sobre a legalidade de sua autoproclamação como presidente interino, que o Tribunal Supremo não aprova já que só reconhece Maduro como chefe de Estado.