O Departamento de Defesa dos EUA revelou nesta semana que começará a produzir componentes para os sistemas de mísseis de cruzeiro terrestres que eram proibidos pelo agora suspenso Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).
Sputnik
A porta-voz do Pentágono e a tenente-coronel Michelle Baldanza, declarou que o Pentágono "iniciará atividades de fabricação de componentes para apoiar os testes de desenvolvimento desses sistemas — atividades que, até 2 de fevereiro, não estavam de acordo com nossas obrigações quanto ao tratado".
Reprodução |
"Os EUA cumpriram escrupulosamente suas obrigações quanto ao Tratado INF, por isso esses programas estão nos estágios iniciais", acrescentou Baldanza, sublinhando que os esforços dos EUA são "apenas convencionais — não nucleares".
Entretanto, a porta-voz explicou que essas atividades são reversíveis e seriam interrompidas se a Rússia regressar "ao cumprimento total e verificável [do INF] antes de nos retirarmos [oficialmente] do Tratado em agosto de 2019".
Anteriormente, um funcionário do Departamento de Defesa disse à edição Aviation Week que a pesquisa e o desenvolvimento do conceito de míssil de cruzeiro terra-ar não nuclear começaram no fim de 2017, mas afirmou que o desenvolvimento anterior "parou antes das atividades de fabricação", porque seria "inconsistente" com os termos do Tratado INF.
Ao longo dos últimos anos, a Rússia e os EUA se têm acusado mutuamente da suposta violação dos termos do Tratado INF assinado em 1987 com a então União Soviética, que não tem data de expiração e proíbe as partes de terem mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Desde 2 de fevereiro, os EUA suspenderam suas obrigações quanto ao INF. O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, assinou o decreto sobre a suspensão do Tratado INF pela Rússia em 4 de março de 2019.