O Paquistão avisou a Índia para não tentar qualquer aventura em meio às eleições nacionais no país.
Sputnik
Anteriormente, a Índia afirmou que está mantendo um nível elevado de prontidão militar para combater qualquer eventualidade.
F-16 do Paquistão © AFP 2018 / AAMIR QURESHI |
Mesmo com a comunidade internacional tentando diminuir as tensões entre a Índia e o Paquistão, que se agravaram no mês passado, o Paquistão enviou um esquadrão de F-16 para a fronteira com a Índia, informou um responsável de defesa indiano ao jornal Hindustan Times.
O governo paquistanês não abriu o espaço aéreo ao longo da fronteira indiana, que foi fechado depois do ataque aéreo indiano, e isso é visto como uma possível indicação que a Força Aérea do Paquistão está em alerta máximo. Além disso, forças terrestres paquistanesas foram posicionadas ao longo da Linha de Controle (LoC) em Jammu e Caxemira.
Fontes na Defesa informaram à Sputnik Internacional que o Exército paquistanês também começou a deslocar parte de suas tropas estacionadas em Baluchistão em direção à fronteira com a Índia.
"Nós confirmamos os relatos de que os F-16 da Força Aérea paquistanesa, obtidos dos EUA e Jordânia, estão em alerta máximo ao longo de toda a fronteira indiana […]", informou um representante oficial ao Hindustan Times, ressaltando que "[…] o posicionamento do exército do Paquistão, incluindo radares e sistema de defesa aérea, ao longo da Linha de Controle foi imediatamente reforçado depois do ataque do dia 14 de fevereiro, esperando uma retaliação indiana semelhante ao ataque cirúrgico".
Contudo, o Paquistão segue negando que sua Força Aérea utilizou caças F-16 contra a Índia durante os recentes incidentes. O ministro das Relações Exteriores reiterou que as autoridades indianas fizeram falsas acusações quando afirmaram que uma aeronave indiana havia abatido um F-16 paquistanês.
A Força Aérea indiana realizou um ataque aéreo contra o grupo terrorista Jaish-e-Mohammed dentro do território paquistanês e denominou isso como um ataque contra "alvos não civis e não militares com clara intenção de não causar quaisquer danos à vida ou infraestruturas".
As declarações dos EUA, EAU, Arábia Saudita e China indicam que a situação ainda não é favorável à estabilidade entre os dois vizinhos com capacidades nucleares.
"Recentemente, uma série de incidentes ocorreu entre a Índia e o Paquistão, o que não é favorável para a paz e estabilidade no Sul da Ásia […]", afirmou Lu Kang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, ressaltando que a China é um dos países que procuram diminuir a tensão entre os dois países.
Nesta segunda-feira (11), o Paquistão alertou novamente a Índia contra quaisquer desventuras, insinuando que os indianos podem querer empreender algo tendo em mente as próximas eleições.
O ministro das Relações Exteriores do país, Shah Mahmood Qureshi, conversou por telefone sobre a situação fronteiriça com o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton.
"Bolton apreciou as medidas paquistanesas, o que ajudou a diminuir a tensão, e incentivou a contenção entre ambos os lados. A necessidade de um diálogo entre o Paquistão e a Índia para encontrar uma resolução pacífica para as disputas existentes também foi enfatizada […]", segundo o comunicado emitido pelo ministro das Relações Exteriores paquistanês.
Vale ressaltar que na última semana a Força Aérea indiana afirmou estar mantendo uma elevada prontidão para impedir qualquer tipo de agressão por parte dos paquistaneses.
A tensão entre os dois países aumentou após um ataque terrorista no dia 14 de fevereiro em Pulwama, que foi reivindicado pelo grupo terrorista JeM do Paquistão, provocando a morte de 40 militares indianos.
Após uma semana, a Índia realizou um ataque aéreo preventivo contra o grupo terrorista Jaish-e-Mohammad em Balakot, no Paquistão, enfurecendo os paquistaneses, que retaliaram por meio de um contra-ataque em território indiano.