Informação não está confirmada. Na semana passada, Ministério Público anunciou que começou a investigar Guaidó por sua suposta 'responsabilidade' em apagão que atingiu a Venezuela.
Por G1
O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, denunciou que seu chefe de gabinete foi detido na madrugada desta quinta-feira (21) pelo serviço de inteligência venezuelano. "Desconhecemos seu paradeiro. Deve ser libertado imediatamente", afimou.
Juan Guaidó fala com funcionários públicos em Caracas nesta terça (5) — Foto: Iván Alvarado/Reuters |
A informação não tem confirmação oficial, mas Sergio Vergara, que é deputado da Assembleia Nacional por San Cristóbal, disse ter presenciado o momento em que Roberto Marrero foi levado de sua casa em Caracas.
Segundo ele, Marrero declarou ao deixar a residência que "dois fuzis e uma granada foram plantados em sua casa". O seu paradeiro é desconhecido.
Antes disso, por volta das 2h (3h de Brasília), 15 agentes encapuzaram do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) chegaram à casa de Sergio Vergara.
O deputado contou que os agentes o imobilizaram, deixando-o com o rosto no chão. Eles perguntavam se ele estava sozinho e se sabia onde Marrero, que é seu vizinho, morava.
O deputado disse ter afirmado várias vezes que eles estavam “violando um direito constitucional, como é o da imunidade parlamentar e que de nenhuma maneira teria por que obedecer a ordens inconstitucionais”. Eles o mantiveram em casa por cerca de duas horas. Após ser liberado, ele presenciou o momento em que Marrero foi levado pelos agentes.
Em entrevista coletiva, na tarde desta quinta, Guaidó afirmou que o governo de Maduro tenta intimidá-lo com a prisão de Marrero. "É um sequestro vil e vulgar que procura nos intimidar, eles não vão nos tirar do caminho que planejamos", disse.
Os governos de Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Peru e demais membros do Grupo de Lima condenaram fortemente a detenção de Marrero. "O Grupo de Lima demanda do regime ilegítimo e ditatorial de Nicolás Maduro a libertação imediata do Sr. Marrero e o pleno respeito da imunidade parlamentar do deputado Vergara", diz comunicado do grupo.
Investigação sobre apagão
Na semana passada, o Ministério Público venezuelano anunciou ter começado a investigar Guaidó por sua suposta "responsabilidade" no apagão que deixou a Venezuela semiparalisada por vários dias no início do mês. A pane provocou o cancelamento de voos, suspensão de aulas nas escolas, saques e prejudicou ainda mais o atendimento nos hospitais.
A companhia de energia estatal, Corpoelec, denunciou uma sabotagem da central hidrelétrica venezuelana de Guri, a mais importante do país e uma das principais da América Latina. O governo alega que os Estados Unidos, que apoiam Guaidó, teriam ligação com o incidente.
Quando Guaidó deixou a Venezuela em fevereiro, o presidente Nicolás Maduro afirmou que ele teria que “prestar contas com a justiça”. Guaidó atravessou a fronteira e foi à Colômbia para acompanhar uma tentativa de entrega de ajuda humanitária aos venezuelanos, desrespeitando uma determinação do Tribunal Supremo da Venezuela. O tribunal, que é favorável a Maduro, tinha proibido Guaidó de sair do país e congelado suas contas.
Depois da Colômbia, Guaidó ainda visitou o Brasil, além de outros países latino-americanos, antes voltar a Caracas. Na volta, liderou um protesto contra o governo e, desde então, a comunidade internacional acompanha com atenção o desenrolar da crise política que atinge o país.
À BBC, em tom desafiador, Guaidó declarou que nenhum organismo de segurança controlado por Maduro “ousou” prendê-lo.
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