O lançamento de um foguete, atribuído pelo Exército israelense ao Hamas, provoca temores de uma escalada militar antes das eleições de 9 de abril. Netanyahu interrompe visita aos EUA.
Deutsch Welle
Um foguete lançado a partir da Faixa de Gaza atingiu nesta segunda-feira (25/03) uma casa nos arredores de Tel Aviv, deixando sete feridos. Israel culpou o Hamas pelo ataque e mobilizou reservistas a ficarem de prontidão, o que pode ser o prenúncio de uma incursão militar por terra no território palestino.
Lançamento de foguete deixou sete feridos e casa em ruínas, com tijolos, mobília quebrada e destroços espalhados pelo chão |
O ataque levou também o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a encurtar uma visita aos Estados Unidos e anunciar sua volta a Israel antes do previsto. O premiê tentará a reeleição no pleito de 9 de abril, e sua vitória está sob ameaça, em meio a escândalos de corrupção.
O foguete destruiu uma casa na comunidade agrícola de Mishmeret, cerca de 20 quilômetros ao norte de Tel Aviv. Os seis membros de uma família ficaram feridos. O serviço de resgate disse que tratou sete pessoas ao todo por ferimentos causados por queimaduras e estilhaços, incluindo duas mulheres que tiveram lesões moderadas. Os outros, incluindo três crianças e um bebê, tiveram ferimentos menores.
A casa ficou em ruínas, com tijolos, mobília quebrada e destroços espalhados pelo chão. Dois cães de estimação morreram com a explosão. "É um milagre que ninguém tenha morrido", disse o paramédico Assi Dvilanski, um dos primeiros membros do serviço de resgate a ter chegado à cena.
Segundo os militares israelenses, o Hamas lançou o foguete a partir de uma de suas plataformas de lançamento no sul da Faixa de Gaza, perto de Rafah. A porta-voz militar Mika Lifshitz afirmou se tratar de um foguete de fabricação própria com alcance de 120 quilômetros.
Duas brigadas de blindagem e de infantaria foram enviadas para o front de Gaza, e uma convocação limitada de forças de reserva foi feita.
O incidente provocou temores de uma escalada militar entre Israel e Hamas pouco antes das eleições legislativas israelenses, previstas para 9 de abril.
Netanyahu, que estava em Washington para se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu cancelar um pronunciamento em uma conferência judaica e conversas com líderes do Congresso americano.
"Houve um ataque criminoso em Israel e responderemos com força", disse Netanyahu. "Em algumas horas me encontrarei com o presidente Trump. Retornarei a Israel imediatamente depois."
O Hamas ainda não comentou as acusações de Israel.
Testemunhas afirmaram terem visto militantes do Hamas evacuando suas sedes, aparentemente em antecipação a uma resposta firme de Israel. O chefe do Hamas em Gaza, Yehiya Sinwar, cancelou um discurso público que estava agendado, enquanto Israel bloqueou as principais rodovias para Gaza e impôs restrições à pesca na costa da faixa palestina.
Os membros de certas unidades de reserva foram alertados para o fato de poderem ser chamados para funções não programadas. Os militares não emitiram as habituais ordens formais para uma convocação imediata, mas sim um aviso para que os reservistas se prepararem para ser convocados no caso de uma escalada significativa. O aviso foi enviado aos reservistas que servem com o Exército permanente de Israel - o que, se seguir o padrão das últimas invasões, pode indicar que o Exército está preparando uma incursão terrestre em Gaza.
Há cerca de dez dias, foguetes haviam sido lançados de Gaza em direção a Tel Aviv, mas líderes do Hamas afirmaram que o lançamento foi um acidente, apaziguando a tensão. O incidente desta segunda-feira gera especial tensão porque é a primeira vez que um foguete atingir uma região ao norte de Tel Aviv, após atravessar toda a cidade.
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