Um submarino nuclear, um grupo de ataque aeronaval e o perigo de uma grande catástrofe – há 35 anos o submarino nuclear soviético K-314 colidiu com o porta-aviões americano Kitty Hawk. Em 2000, o USS Kitty Hawk apareceu de novo nas manchetes quando o sistema de defesa antiaérea do grupo de ataque foi superado pelos pilotos militares russos.
Sputnik
Perseguição ao porta-aviões
Em março de 1984, no mar do Japão (também conhecido como mar do Leste) entrou uma poderosa esquadra liderada pelo porta-aviões USS Kitty Hawk, que foi incorporado na Marinha dos EUA em 1961. O navio transportava cerca de uma centena de aviões de diferentes tipos e era acompanhado por vários cruzadores, fragatas e navios de apoio.
O grupo de ataque se dirigia à costa sul-coreana para participar dos exercícios conjuntos Team Spirit ‘84.
A atividade dos navios do inimigo potencial perto das fronteiras da União Soviética não passou despercebida da Frota do Pacífico. O submarino nuclear K-314, do projeto 617 Ersh, foi enviado para vigiar as ações do grupo de ataque da Marinha dos EUA. O submarino possuía torpedos de calibre 533 milímetros, minas e o sistema antissubmarino Viuga, cujos torpedos eram equipados com ogivas nucleares e poderiam afundar um navio do inimigo a uma distância de mais de 40 quilômetros.
Após vários dias da navegação autônoma, o Ersh encontrou o porta-aviões e o seguiu durante uma semana sem ser detectado pelos americanos. Mas um dia, perto da costa sul-coreana, ocorreu um atraso na comunicação entre o submarino e o posto de comando. O grupo de ataque americano deixou para trás o K-314 e o capitão do submarino soviético foi obrigado a o alcançar à velocidade máxima. O Kitty Hawk detectou o ruído feito pelo submarino russo, ficou à deriva e entrou em silêncio de rádio total. A aviação embarcada suspendeu seus voos.
O navio antissubmarino grande Vladivostok, que estava perto do Ersh, o ajudou a encontrar de novo o Kitty Hawk. Em 21 de março, a tripulação do submarino soviético detectou o agrupamento de navios a 150 milhas marítimas da costa sul-coreana. A vigilância foi realizada a partir de posição submersa. Depois de um tempo, o capitão decidiu verificar a situação e subiu à profundidade de periscópio.
Depois de subir a uma profundidade de 10 metros, o capitão do submarino Vladimir Evseenko viu as luzes de bordo dos navios americanos a uma distância de apenas quatro ou cinco quilômetros. De repente, o submarino sofreu dois golpes fortes. Acontece que o porta-aviões estava mais perto e os dois navios navegavam em rota de colisão. O Kitty Hawk colidiu com o submarino K-314 à velocidade máxima. O segundo embate danificou o veio propulsor e o Ersh perdeu velocidade.
O submarino fez uma emersão de emergência, a aviação americana chegou imediatamente ao local – os EUA não podiam perder oportunidade de tirar fotos e estudar do ar impunemente o novíssimo submarino nuclear soviético. Um rebocador, que se apressou para o resgate, rebocou o navio danificado para a base, enquanto os aviões e fragatas do inimigo potencial o escoltavam.
As manobras Team Spirit foram suspensas. O Kitty Hawk rumou à base naval japonesa de Yokosuka para reparações – no fundo do porta-aviões havia uma brecha de quatro por seis metros feita pela hélice do K-314 em uma área muito perigosa – perto das cisternas de combustível para aviões, provocando um enorme derrame do querosene no mar.
Visitantes inesperados
A colisão do K-314 com o USS Kitty Hawk foi vexante para todos os submarinistas da Frota do Pacífico. Entretanto, eles conseguiram se vingar 16 anos depois, quando os pilotos russos conseguiram quebrar completamente o sistema de defesa aérea do grupo de ataque de porta-aviões liderado pelo mesmo Kitty Hawk. Em outubro de 2000, o grupo estava no mar do Japão no âmbito de manobras conjuntas com a Coreia do Sul. Em águas neutrais, a cerca de 600 quilômetros da cidade russa de Vladivostok, dois aviões de vigilância Su-24MR da Força Aérea russa mergulharam sobre o porta-aviões. Eles sobrevoaram o convés do porta-aviões a uma altitude extremamente baixa, filmando tudo o que estava acontecendo no Kitty Hawk.
O coronel aposentado e o ex-piloto Aleksandr Renev, que participou dessa operação, revelou detalhes desse incidente. Segundo ele revelou, ele sobrevoou o porta-aviões por três vezes: uma vez à altitude de 30 metros e duas vezes a 50 metros. Esse voo durou 20 minutos.
"Após a segunda passagem, quando já fotografei tudo, um caça F-18 decolou do convés do porta-aviões. Ele tentou se aproximar de mim, mas um Su-27 que me escoltava não o deixou fazer isso", recordou Renev.
O Kitty Hawk rumava do porto japonês de Otaru à Coreia do Sul depois de terem terminado os exercícios militares. Quando os aviões russos se aproximaram dele, ele estava se reabastecendo de combustível a partir de um navio-tanque.
"Nós quebramos tudo – o sistema de defesa aérea, o sistema de proteção, soubemos do armamento, qual o tempo de reação. Essa operação teve também uma enorme importância política", disse o coronel aposentado.
A atividade dos navios do inimigo potencial perto das fronteiras da União Soviética não passou despercebida da Frota do Pacífico. O submarino nuclear K-314, do projeto 617 Ersh, foi enviado para vigiar as ações do grupo de ataque da Marinha dos EUA. O submarino possuía torpedos de calibre 533 milímetros, minas e o sistema antissubmarino Viuga, cujos torpedos eram equipados com ogivas nucleares e poderiam afundar um navio do inimigo a uma distância de mais de 40 quilômetros.
Após vários dias da navegação autônoma, o Ersh encontrou o porta-aviões e o seguiu durante uma semana sem ser detectado pelos americanos. Mas um dia, perto da costa sul-coreana, ocorreu um atraso na comunicação entre o submarino e o posto de comando. O grupo de ataque americano deixou para trás o K-314 e o capitão do submarino soviético foi obrigado a o alcançar à velocidade máxima. O Kitty Hawk detectou o ruído feito pelo submarino russo, ficou à deriva e entrou em silêncio de rádio total. A aviação embarcada suspendeu seus voos.
O navio antissubmarino grande Vladivostok, que estava perto do Ersh, o ajudou a encontrar de novo o Kitty Hawk. Em 21 de março, a tripulação do submarino soviético detectou o agrupamento de navios a 150 milhas marítimas da costa sul-coreana. A vigilância foi realizada a partir de posição submersa. Depois de um tempo, o capitão decidiu verificar a situação e subiu à profundidade de periscópio.
Depois de subir a uma profundidade de 10 metros, o capitão do submarino Vladimir Evseenko viu as luzes de bordo dos navios americanos a uma distância de apenas quatro ou cinco quilômetros. De repente, o submarino sofreu dois golpes fortes. Acontece que o porta-aviões estava mais perto e os dois navios navegavam em rota de colisão. O Kitty Hawk colidiu com o submarino K-314 à velocidade máxima. O segundo embate danificou o veio propulsor e o Ersh perdeu velocidade.
O submarino fez uma emersão de emergência, a aviação americana chegou imediatamente ao local – os EUA não podiam perder oportunidade de tirar fotos e estudar do ar impunemente o novíssimo submarino nuclear soviético. Um rebocador, que se apressou para o resgate, rebocou o navio danificado para a base, enquanto os aviões e fragatas do inimigo potencial o escoltavam.
As manobras Team Spirit foram suspensas. O Kitty Hawk rumou à base naval japonesa de Yokosuka para reparações – no fundo do porta-aviões havia uma brecha de quatro por seis metros feita pela hélice do K-314 em uma área muito perigosa – perto das cisternas de combustível para aviões, provocando um enorme derrame do querosene no mar.
Visitantes inesperados
A colisão do K-314 com o USS Kitty Hawk foi vexante para todos os submarinistas da Frota do Pacífico. Entretanto, eles conseguiram se vingar 16 anos depois, quando os pilotos russos conseguiram quebrar completamente o sistema de defesa aérea do grupo de ataque de porta-aviões liderado pelo mesmo Kitty Hawk. Em outubro de 2000, o grupo estava no mar do Japão no âmbito de manobras conjuntas com a Coreia do Sul. Em águas neutrais, a cerca de 600 quilômetros da cidade russa de Vladivostok, dois aviões de vigilância Su-24MR da Força Aérea russa mergulharam sobre o porta-aviões. Eles sobrevoaram o convés do porta-aviões a uma altitude extremamente baixa, filmando tudo o que estava acontecendo no Kitty Hawk.
O coronel aposentado e o ex-piloto Aleksandr Renev, que participou dessa operação, revelou detalhes desse incidente. Segundo ele revelou, ele sobrevoou o porta-aviões por três vezes: uma vez à altitude de 30 metros e duas vezes a 50 metros. Esse voo durou 20 minutos.
"Após a segunda passagem, quando já fotografei tudo, um caça F-18 decolou do convés do porta-aviões. Ele tentou se aproximar de mim, mas um Su-27 que me escoltava não o deixou fazer isso", recordou Renev.
O Kitty Hawk rumava do porto japonês de Otaru à Coreia do Sul depois de terem terminado os exercícios militares. Quando os aviões russos se aproximaram dele, ele estava se reabastecendo de combustível a partir de um navio-tanque.
"Nós quebramos tudo – o sistema de defesa aérea, o sistema de proteção, soubemos do armamento, qual o tempo de reação. Essa operação teve também uma enorme importância política", disse o coronel aposentado.
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