O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou nesta terça-feira a desmobilização de 120 crianças-soldado que lutavam na oposição armada do Sudão do Sul, no estado de Gbudwe.
EFE
Juba - Entre os desmilitarizados estão 48 meninas e um menino com menos de 10 anos, disse à Agência Efe a porta-voz de Unicef no Sudão do Sul, Helene Sandbu Ryeng.
Menino soldado no Congo em foto de 2007. EFE/Nicolas Postal |
"Ao todo, 120 crianças que estavam recrutadas no front da oposição armada em Gbudwe foram desmobilizadas, sendo assim 3 mil as crianças tiradas das fileiras desde o início da guerra no país, em 2013", disse ela.
Este é o terceiro grupo que deixa o alistamento nesse estado desde o ano passado. O primeiro foi em abril e o segundo, em agosto.
"Temos um longo caminho a seguir e isso proporcionará a devolução de 19 mil crianças para as famílias, pois até o momento ainda existem 16 mil recrutadas em todo o país", acrescentou a porta-voz.
Helene ressaltou que qualquer criança tirada do grupo armado "representa um regresso à infância e a sua recuperação para o futuro".
Conforme estipulado no acordo de paz assinado entre o governo e a oposição em 5 de agosto do ano passado, todas as partes concordaram em desmobilizar crianças-soldado incorporadas. Este pacto foi referendado em 5 de setembro na capital etíope, Adis Abeba, com intermediação da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento da África Oriental (Igad).
O conflito no Sudão do Sul começou em dezembro de 2013, dois anos depois da independência do país do Sudão, quando o presidente, Salva Kiir, acusou o seu então vice-presidente e hoje líder opositor, Riek Machar, de orquestrar um golpe de Estado. Desde então, a violência causou pelo menos 10 mil mortes e 4 milhões de deslocamentos, de acordo com cálculos da ONU.