O governo dos EUA sabe que uma intervenção militar na Venezuela é um grande risco para a região, então era esperado que os membros do Grupo de Lima se distanciarem dessa possibilidade, disse o constituinte Mario Silva à Sputnik.
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"A linha trazida pelo [vice-presidente americano Mike] Pence é 'não pode haver intervenção', porque é um grande risco para o hemisfério, não só para a América, mas para os países do hemisfério. Para os países latino-americanos, uma guerra, um conflito armado de alta intensidade, seria terrível para o continente", afirmou Silva.
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Na segunda-feira, os países que compõem o Grupo de Lima se reuniram em Bogotá, na Colômbia, e em sua declaração final incluiu um dos 18 pontos que buscam uma saída conduzida pelos cidadãos na Venezuela e sem o uso da força.
O político venezuelano ressaltou que essa afirmação é uma vitória para a Venezuela, porque ocorreu depois que o plano que eles haviam estruturado "para conseguir uma intervenção" não funcionou, mas ajudou-os a calcular as possíveis consequências.
E, um conflito nesta área, disse o líder do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), provocaria uma reação em todos os povos da região.
"[Uma intervenção] uniria todos os povos e o uso de tropas pelos Estados Unidos, mesmo dentro dos governos [aliados dos EUA], acabaria cedendo a um grande movimento social na América Latina, o que seria um derrota", avaliou.
Silva destacou que o objetivo era causar mortes na fronteira com a Colômbia, que foi fechada, argumentando forçosamente entrar alguns caminhões com cargas doados pelos Estados Unidos e outros países, e provocar uma guerra civil que começaria na Venezuela e se expandiria por todo o território.
"Eles esperavam uma guerra civil na fronteira que se multiplicaria em direção à Venezuela", acusou.
Além disso, o político falou das deserções no Exército venezuelano, algumas envolvendo militares que pediram abrigo na Colômbia, e disse que 100 soldados representam nada, porque seu país mais de 300.000 homens compõem as Forças Armadas.
Por outro lado, ele afirmou que a partida destes militares pode estar relacionada com o plano para criar um "esquadrão de mercenários" ou semelhante ao dos "contrarrevolucionários" da Nicarágua (1990-1991), uma organização criminosa financiada pelos EUA para derrubar o Frente Sandinista da Libertação Nacional.
A este respeito, ele destacou neste momento, apesar do que aconteceu no fim de semana representa uma "grande vitória", a Revolução Bolivariana liderada pelo presidente Nicolás Maduro deve permanecer alerta, porque "os gringos não vão ficar parados".
Nesta nova etapa, disse ele, os seguidores do governo devem "preparar-se para outra batalha de maior intensidade", que inclui defesa, resistência interna e paz para se concentrar na produção para melhorar as condições econômicas.
Os confrontos na fronteira com a Colômbia foram registrados depois que a oposição declarou que levaria ajuda humanitária à Venezuela de qualquer forma, apesar da recusa do governo. Esta situação deixou mais de 300 feridos e pelo menos 4 mortos.