Os sistemas de mísseis antiaéreos S-300, que estão em serviço de combate na Síria, provavelmente se tornarão uma séria ameaça para a Força Aérea israelense à medida que a implantação do novo sistema for usada como pressão sobre Israel durante as negociações sobre um acordo sírio, escreve The National Interest.
Sputnik
Segundo a NI, as imagens feitas pelo satélite israelense Eros-B mostram que os sistemas de defesa antiaérea S-300 instalados na Síria entraram recentemente em prontidão de combate. Ao mesmo tempo, a legenda das imagens se refere que os lançadores são observados em estado de prontidão pela primeira vez desde a chegada dos sistemas à Síria.
S-300 Favorit © Sputnik / Uliana Solovieva |
O autor do artigo acredita que anteriormente não havia pressa em posicionar os S-300, mas não apenas porque os militares sírios precisavam ser treinados para operá-los. Essa medida, presume ele, também pode ser uma estratégia de Moscou, uma vez que a transferência dos sistemas S-300 para a Síria foi, sobretudo, uma ação para acalmar a situação no país. Segundo o autor, a Rússia tentaria impedir Israel de lançar ataques aéreos contra a Síria, mas não se apressou em implantar os sistemas para evitar um agravamento da situação.
Essas expectativas, conforme observa a NI, "foram quebradas" depois da recente onda de bombardeios israelenses contra a República Árabe, o que, segundo o autor, poderia ter sido a "última gota" que levou Moscou a desdobrar os S-300. Além disso, outra razão poderia ter sido a ineficácia dos atuais sistemas de defesa antiaérea do Exército sírio.
Segundo o autor, os S-300 serão provavelmente uma séria ameaça para as aeronaves israelenses operando no oeste da Síria, onde estão concentradas as forças do Exército governamental.
Portanto, a implantação dos sistemas S-300 na Síria pode ser um dos meios de pressão russa sobre Israel durante o processo de negociações para resolver a situação na República Árabe que estão programadas para serem realizadas em Moscou no final deste mês, conclui a NI.
Em outubro do ano passado, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, anunciou que a Rússia havia fornecido quatro sistemas S-300 para a Síria e que as Forças Armadas locais seriam treinadas para operá-los durante três meses.
Essa atitude foi procedida pela deterioração das relações entre a Rússia e Israel depois do acidente com o avião de reconhecimento russo Il-20, em 17 de setembro de 2018, que estava a 35 quilômetros da costa do mar Mediterrâneo e foi abatido quando retornava à base aérea de Hmeymim. Ao mesmo tempo, quatro caças israelenses F-16 estavam atacando alvos sírios em Latakia.
De acordo com a declaração do Ministério da Defesa, o Il-20 foi abatido porque os pilotos israelenses o usaram como escudo contra os mísseis dos sistemas de defesa antiaérea da Síria. O avião russo foi derrubado por um míssil S-200 em 22 de março, ceifando as vidas de 15 militares da Rússia.