A Marinha do Brasil assinou contrato com a Helibras e encomendou três helicópteros H135, que substituirão os atuais Esquilo Biturbina (AS355). A ideia é utilizar as novas aeronaves na Antártica.
Sputnik
O H135 é conhecido por fazer pouco barulho e ser uma aeronave durável. De acordo com a Helibras — única fabricante nacional de helicópteros — o modelo possui capacidade para até 8 passageiros, conta com dois motores Arrius 2B2PLUS, capacidade de voo por instrumentos e pode pousar em praticamente qualquer terreno.
H135 sobrevoa o Rio de Janeiro © FOTO : HELIBRAS/DIVULGAÇÃO |
Comentando a aquisição, o diretor da revista Asas e especialista em Defesa e Aviação, Cláudio Lucchesi diz à Sputnik Brasil que pelas especificidades da Antártica, não se opera helicópteros monomotores. É justamente neste ponto que o H135 leva vantagem, apresentando mais segurança para os pilotos, melhorando as operações e aumentando a capacidade das aeronaves em serviço.
"São helicópteros de tecnologia muito avançada, vários deles são máquinas líderes no mundo na categoria deles. O H135 é um modelo que tem mais 1300 unidades vendidas desde 1996, com 300 operadores em mais de 60 países", conta o especialista.
O especialista pontua ainda que os helicópteros devem ser amplamente utilizados para transporte de pessoal dos navios até terra firme quando não houver condições de ancoragem, para análise de condições meteorológicas e demais trabalhos de pesquisa. Lucchesi também destaca a importância "fundamental" na manutenção da permanência brasileira no continente gelado.
"Os países, para reivindicar participação de pesquisas científicas [na Antártica], têm por tratados internacionais a obrigação de manter uma presença por lá, que se dá por meio de uma base no continente. (…) E a manutenção da nossa base se dá através de aeronaves Hércules da Força Aérea Brasileira e dos helicópteros da Marinha", explica.
As aeronaves vão passar por adaptações na fábrica da Helibras, em Itajubá (MG). A Marinha exigiu a instalação de gancho, flutuador, guincho e radar meteorológico. O modelo já integra as Forças Armadas de países como Alemanha, Austrália, Espanha, Japão e Reino Unido.